De janeiro a junho, a pandemia de coronavírus contribuiu para reduzir o número de mortes e pessoas feridas em acidentes de trânsito nas BRs gaúchas. De outro lado, o período de redução de fluxo elevou em muito o volume de apreensões de drogas, armas e dinheiro não declarado, em comparação com o mesmo período de 2019.
Em um levantamento divulgado no início da tarde desta terça, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelou ter apreendido oito vezes mais cocaína, duas vezes mais maconha, sete vezes mais agrotóxico e duas vezes mais cigarros contrabandeados no Rio Grande do Sul, comparando o primeiro semestre de 2020 com o do ano passado. Consideradas todas as apreensões, incluindo a de veículos utilizados para o transporte dos ilícitos, o prejuízo às organizações criminosas pode ser quantificado em mais de R$ 250 milhões.
Nesses seis primeiros meses de 2020, foram recolhidos mais de 1,6 tonelada de cocaína, quase dez toneladas de maconha, quase três toneladas de agrotóxicos e mais de 5,5 milhões de cigarros sem procedência.
Houve também aumento na apreensão de dinheiro: o equivalente a R$ 11 milhões, mais que o triplo apreendido no mesmo período do ano passado.
Uma das explicações para esse aumento na quantidade de apreensões e prisões é o fato de a PRF continuar investindo em inteligência policial e em sistemas de informação. Em razão disso, aumenta a efetividade das abordagens. As equipes operacionais vêm recebendo treinamentos específicos, principalmente os relativos a buscas avançadas em veículos, fazendo com que os policiais estejam cada preparados para encontrar o material ilícito, cada vez mais bem escondido pelos traficantes.
Caem números de trânsito
Desde a segunda quinzena de março, as rodovias gaúchas apresentaram redução na movimentação de veículos devido à restrição de deslocamentos, uma das medidas de combate à pandemia. Mesmo assim, no primeiro semestre de 2020, a PRF autuou 1.971 condutores por infrações relativas à embriaguez ao volante, seis a mais que no mesmo período do ano passado.
Houve uma redução de 35% de mortos, 14% de pessoas feridas e 24% de acidentes graves nas rodovias federais gaúchas.