A Polícia Federal (PF) cumpriu no início da manhã deste sábado duas ordens judiciais, sendo um mandado de prisão temporária e outro de busca e apreensão, no âmbito da operação Camilo que investiga supostos desvios de recursos públicos destinados para saúde em Rio Pardo. Houve a prisão de uma ex-servidora de cargo de confiança na Secretaria Municipal da Saúde em 2017. A mulher, de 62 anos, foi detida em casa na área central da cidade e conduzida até a Delegacia Regional da PF em Santa Cruz do Sul.
Conforme a PF, a análise do material apreendido pela Força-Tarefa, quando ocorreu a deflagração no dia 27 de maio passado, além de diligências realizadas, identificaram que a ex-servidora em cargo de confiança atuava pela organização criminosa no transporte dos valores recebidos ilegalmente por servidores públicos. Ela buscava o dinheiro em Porto Alegre.
A investigação apura os crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção passiva, organização criminosa, ocultação de bens, crime de responsabilidade e desobediência. O prejuízo estimado que está sob suspeita, até o momento, é de R$ 15 milhões em recursos da saúde que foram repassados pela União e pelo Estado do Rio Grande do Sul a uma organização social contratada pela Prefeitura de Rio Pardo para administrar o Hospital Regional do Vale do Rio Pardo.
No dia 27 de maio, a realização da operação Camilo resultou no bloqueio de R$ 3,5 milhões em contas bancárias dos investigados pela Justiça, além da apreensão de documentos, 31 veículos, computadores, notebooks, celulares, mídias, cerca de R$ 400 mil em dinheiro e uma pistola e munição, entre outros.
Na ocasião foram cumpridas 129 medidas judiciais em Porto Alegre, Rio Pardo, Butiá, Canoas, Capela de Santana, Gravataí, Cachoeirinha, São Leopoldo, Guaíba, Portão, Cacequi e São Gabriel, além de São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC) e São José (SC). Um total de 11 dos 15 detidos na época tiveram as prisões preventivas decretadas.
Já no dia 9 deste mês, os policiais federais cumpriram também dois mandados de busca e apreensão em Porto Alegre e Butiá. Novas informações obtidas indicaram na ocasião que a esposa de um dos investigados presos seguia fazendo saques diários de valores em conta corrente, na ordem de cerca de R$ 5 mil. Além das buscas, a conta bancária usada na retirada do dinheiro foi bloqueada por ordem judicial. Na Capital foram apreendidos R$ 8,5 mil em dinheiro e documentos.
A Força-Tarefa é formada pela Polícia Federal, Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, Ministério Público Federal e Ministério Público do Rio Grande do Sul.