A Justiça Federal em Minas Gerais decidiu hoje arquivar provisoriamente o segundo inquérito aberto para apurar a participação de terceiros no atentado cometido por Adélio Bispo contra o presidente Jair Bolsonaro, em 2018.
Na decisão, o juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Federal em Juiz de Fora (MG), aceitou o pedido de arquivamento feito pelo Ministério Público Federal (MPF). Para o órgão, as investigações realizadas deram conta que Adélio agiu sozinho e não há indícios de que ele tenha se encontrado com um cúmplice ou que tenha recebido dinheiro para executar a facada.
O juiz responsável pelo caso também decidiu que o inquérito pode ser reaberto se novas provas aparecerem e as diligências pendentes forem autorizadas, como a quebra de sigilo dos advogados que se apresentaram para fazer a defesa de Adélio após o ataque. A Polícia Federal chegou a pedir autorização para acessar os celulares dos defensores e descobrir se houve pagamento de honorários, mas uma decisão decisão liminar proferida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu a investigação.
Em junho do ano passado, o juiz absolveu Adélio Bispo pela facada. A decisão se deu após o processo criminal que o considerou inimputável por transtorno mental.
Na decisão, o magistrado decidiu também que ele deve ficar internado em um manicômio judiciário por tempo indeterminado. No entanto, diante da periculosidade do acusado, Adélio permaneceu no presídio federal de Campo Grande, onde está preso desde o atentado.
Conforme denúncia feita pelo MPF, o acusado colocou em risco o regime democrático ao tentar interferir no resultado das eleições por meio do assassinato de um dos concorrentes na disputa presidencial.
A defesa de Adélio afirmou que ele agiu sozinho e que o ataque havia sido “fruto de uma mente atormentada e possivelmente desequilibrada” por conta de um problema mental.
Relembre o caso
Em 6 de setembro de 2018, Jair Bolsonaro sofreu uma facada que perfurou fígado, pulmão e intestino durante campanha eleitoral na cidade mineira de Juiz de Fora.