A Sociedade Riograndense de Infectologia (SRGI) manifestou, nesta terça-feira, preocupação com as regras de Distanciamento Social Controlado do governo estadual. Segundo a entidade, há incertezas e lacunas de informação epidemiológica para se flexibilizar medidas de isolamento.
Para a entidade, a redução do isolamento vai resultar em maior circulação viral. “Não deve ser adotada na fase de aceleração da epidemia e antes de seu pico”, salientou o presidente em exercício da SRGI, Diego Rodrigues Falci.
Na avaliação dos infectologistas, estabelecer como critério de flexibilização do isolamento apenas a capacidade hospitalar desconsidera o impacto social e individual decorrente do aparecimento de casos novos, do aumento de mortes e da ocorrência de surtos entre profissionais mais expostos, como no caso de profissionais de saúde e familiares deles.
Falci ressaltou que o monitoramento da epidemia deve utilizar ferramentas de alta sensibilidade, permitindo analisar a dinâmica de propagação e, com isso, detectar modificações nessa incidência e identificar as áreas de maior expansão.
A entidade considera, ainda, que usar apenas capacidade hospitalar para cálculo de bandeiras impede ações de prevenção e diagnóstico antes que a expansão de casos acarrete em atraso sanitário e na perda do controle da epidemia. “Medidas de redução do isolamento devem estar acompanhadas de ampla testagem diagnóstica, incluindo o desenvolvimento de indicadores de cobertura de testagem considerando-se a população, e não apenas o número de casos confirmados”, assinala a SRGI.
De acordo com levantamentos da Secretaria Estadual de Saúde (SES), o Rio Grande do Sul teve, entre 27 de abril e o fim de maio, aumento de 1,5 mil para quase 10 mil casos confirmados de Covid.