Três meses após o primeiro caso confirmado de Covid-19 no Rio Grande do Sul, mais de 20,2 mil pessoas já tiveram contato com o vírus, embora a Secretaria da Saúde contabilize 6,7 mil casos confirmados da doença.
Em média, existe um infectado para cada 562 habitantes do Rio Grande do Sul. É o que estima a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que revelou o resultado da 4ª fase dos estudos sobre a incidência da Covid, na tarde desta quarta-feira. Foram aplicados questionários e 4,5 mil testes rápidos, em nove cidades gaúchas, entre 23 e 25 de maio. Oito deram positivo.
Entre os positivos, quatro ocorreram em Passo Fundo – terceira cidade com maior número de casos (480) e óbitos (30) – dois em Uruguaiana, um em Porto Alegre e um em Pelotas. Mais quatro etapas da pesquisa devem ser feitas, em junho e julho.
Em videoconferência, o governador Eduardo Leite e o reitor da UFPel, Pedro Hallal, revelaram que o estudo indicou que 20 mil gaúchos – o que equivale a apenas 0,17% da população – já adquiriram anticorpos para o vírus surgido na China.
“Não há um crescimento descontrolado do coronavírus no Rio Grande do Sul, o que é uma notícia boa”, destacou Hallal. O estudo projeta que a incidência da doença seja sete vezes menor, no Rio Grande do Sul, que na média nacional. “No Pará, existe um caso confirmado para cada quatro pessoas”, compara o reitor.
A análise considera que, para cada caso confirmado oficialmente, existam outros três não notificados pelas autoridades de saúde. A pesquisa calcula, também, que para cada 1 milhão de habitantes, existam 1,7 mil de infectados, dos quais apenas 580 notificados após a testagem.
O levantamento ainda estima letalidade de 1%, ou seja, a cada cem doentes, um morre. Entre os maiores sintomas, um a cada quatro infectados desenvolve tosse e um a cada seis, dor de garganta ou diarreia.