Ministério da Ciência e Tecnologia testa eficácia de vermífugo em 500 pacientes com a Covid-19

Nitazoxanida ainda não teve a eficácia comprovada no combate da doença. Pesquisa envolve 17 hospitais no país

Foto: Reprodução / Twitter da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) anunciou, nesta terça-feira, em Brasília, estar desenvolvendo um medicamento para o combate do novo coronavírus no país. A droga, conhecida pela comunidade científica internacional, chegou, inclusive, a ser amplamente utilizada, recentemente, no Brasil para o tratamento de um surto de rotavírus. A eficácia do uso da nitazoxanida no combate do coronavírus ainda não é comprovada, mas testes já vem sendo realizados em hospitais do país.

No Brasil, 17 hospitais já fazem uso do medicamento no combate à infecção pelo Covid em cerca de 500 pacientes. A pesquisa ainda está em etapa inicial. As próximas duas fases contarão com a participação de mais 500 pacientes. Todos os voluntários inclusos na primeira etapa de pesquisa foram testados e tiveram resultado positivo para a doença.

Segundo os estudos orientados pelo Ministério, a Nitazoxanida trabalha na inibição das enzimas que produzem as células virais no organismo humano. Em 94% dos pacientes, o vermífugo não apresentou nenhum efeito colateral.

O Ministério trabalha também em outras frentes de combate a pandemia no Brasil. O ministro Marcos Pontes destacou os pilares da pasta incluem a produção de respiradores nacionais, a produção no país de testes para detecção rápida da Covid-19, o desenvolvimento de uma droga para o combate da doença, e, por último, a assistência aos brasileiros em zonas de atuação do Ministério, de difícil acesso para as outras pastas do governo.

Pontes ainda ressaltou que o pioneirismo no desenvolvimento de uma droga eficaz no combate ao Covid-19 por cientistas e pesquisadores nacionais não deve causar espanto ou descrença. Segundo o ministro, a comunidade científica nacional vem apresentando um papel relevante nas pesquisas mundiais sobre o tema. O Brasil, segundo ele, compõe uma rede de 15 países que compartilha, em plataformas digitais, detalhes sobre todas as investigações.

O Brasil também vai investir R$ 5 milhões em pesquisas do BRICS (grupo de países emergentes) em torno do desenvolvimento de uma cura para a doença e na produção posterior de uma vacina de prevenção à Covid-19. Marcos Pontes destacou, ainda, que o Brasil detém capacidade expressiva de produção de vacinas, sendo hoje um exportador de doses. Com isso, o ministro projeta que o país possa ser um produtor importante da vacina contra a Covid após ela ser descoberta.