A prévia da inflação atingiu o menor patamar para abril desde o Plano Real, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado de -0,01% no mês, foi puxado principalmente pela baixa do preço dos combustíveis: houve recuo no preço da gasolina (-5,41%), do etanol (-9,08%) e do óleo diesel (-4,65%). Isto se deve à pandemia do novo coronavírus, que provocou a queda da demanda devido ao isolamento social.
A Petrobras anunciou algumas quedas no preço da gasolina e do diesel nas refinarias. Seis dos nove grupos pesquisados tiveram deflação em abril,com destaque também ppara os Artigos de residência (-3,19%). Os eletrodomésticos e equipamentos e os artigos de tv, som e informática, cujos preços haviam subido em fevereiro e março, registraram quedas de 7,15% e 1,95%, respectivamente. Os itens de mobiliário (-4,00%) também caíram.
Entre os grupos em alta, Alimentação e bebidas (2,46%) acelerou em relação ao mês anterior (0,35%) e apresentou o maior impacto do IPCA-15 de abril. Destaque para a alimentação no domicílio, que subiu 3,14%. A cebola (35,79%) e o tomate (17,01%) aceleraram na relação a março, quando haviam subido 7,92% e 4,93%, respectivamente. Já a batata-inglesa passou de uma queda de 1,02% em março para alta de 21,24% em abril.
A cenoura (31,67%), por sua vez, registrou variação positiva pelo quarto mês consecutivo e acumula, em 2020, alta de 102,71%. Merecem destaque, ainda, as frutas, cujos preços subiram 8,84% em abril. Já os preços das carnes (-0,27%) recuaram pelo terceiro mês consecutivo, embora menos intensamente do que fevereiro (-5,04%) e março (-1,81%).
A prévia da inflação recuou em abril frente ao mesmo período de 2019, quando o índice ficou em 0,72%. Em março de 2020, a taxa era de 0,02%. O indicador acumula alta de 0,94% de janeiro a abril deste ano e de 2,92% nos últimos 12 meses.
Porto Alegre tem queda maior que média nacional
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. Na comparação entre regiões, a Capital gaúcha tem a sexta menor média nacional (-0,04%), abaixo do índice do País.
Metodologia da pesquisa
Segundo o IBGE, os preços foram coletados no período de 17 de março a 14 de abril de 2020 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 12 de fevereiro a 16 de março de 2020 (base). Por causa da pandemia, o órgão fez a coleta de preços por meio de pesquisas em sites de internet, telefone ou e-mail.