Ato pró-intervenção militar termina em agressões no Centro de Porto Alegre

Manifestação teve pelo menos dois momentos de confusão no Centro de Porto Alegre

Manifestantes se reuniram em Porto Alegre e pediram intervenção militar | Foto: Mauro Schaefer/CP

Cerca de 200 pessoas realizaram uma manifestação, na tarde deste domingo, em frente à sede do Comando Militar do Sul, localizada na rua dos Andradas, no Centro de Porto Alegre. O protesto pedia intervenção do Exército para o fechar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). O ato teve confusão em pelo menos dois momentos, quando uma equipe de reportagem acabou expulsa do local após duas mulheres serem agredidas, e quando uma outra mulher, nua e enrolada em uma bandeira do Brasil, subiu em um muro da Igreja Nossa Senhora das Dores, pedindo a saída do presidente Jair Bolsonaro.

Márcia Velasques Campos, uma das vítimas, registrou boletim de ocorrência e afirmou em depoimento que, ao cruzar pela manifestação, viu três homens agredindo uma jovem. “Estava passeando com meus cachorros quando vi a menina sendo agredida. Falei pra um dos homens parar e foi quando me pressionaram contra a parede do quartel e eu acabei apanhando”, relata.

Foi ao tentar apartar a briga e não deixar a jovem sozinha, que Márcia acabou levando socos na boca e nariz. A vítima encaminhou as imagens do agressor, que foram registradas em vídeo. O caso, registrado na 1ª Delegacia de Polícia, deve ser investigado pela 17ª DP.

Agentes da Empresa Pública de Transportes (EPTC) e da Brigada Militar (BM) acompanharam a manifestação, e um pequeno efetivo do BOPE chegou a ficar postado, mas sem o uso de escudos. Nenhuma intervenção chegou a ser tomada para dispersar o público que se aglomerou em frente ao prédio.

Entre os manifestantes alguns tinham máscaras de proteção no rosto, mas o item não era uma constante entre o grupo. Bandeiras do Brasil, camisetas amarelas e da Seleção de Futebol eram mais comuns, assim com as da campanha de 2018, com o rosto de Bolsonaro.

No mesmo dia, outra manifestação culminou com uma carreata que se iniciou no Parcão. Uma parte dos manifestantes chegou cruzar com o grupo do Centro, buzinando pela rua dos Andradas. A maioria, contudo, seguiu o trajeto da carreata, que pedia a reabertura do comércio da cidade –

pleito que já havia sido feito no sábado.