Serviço de tele-entrega aumentou 30% no começo do isolamento, segundo sindicato

Sindimoto aponta que, agora, a demanda está normalizando

O Sindicato dos Motociclistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindimoto-RS) registrou um aumento de 30% nas tele-entregas no começo do isolamento como forma de conter o novo Coronavírus, em março. No entanto, agora, a entidade aponta que a demanda está normalizando. Para o presidente Valter Ferreira, isso pode significar que as pessoas voltaram às atividades normais. Além disso, a falta de regulamentação da profissão pode mascarar os números.

“Em função da grande quantidade de motociclistas que temos, por falta de regulamentação, qualquer um pega uma moto e coloca um baú, se inscreve em um aplicativo e presta serviço. Pela quantidade [de prestadores de serviços] que temos, já não registramos mais a demanda do começo”, comenta Ferreira.

A maior procura envolveu alimentação e farmácia. Ferreira destaca que muitas pessoas fizeram estoques de comida e remédios, mas a demanda já baixou. Ele salienta que os motoboys são requisitados para o transporte de documentos e também pelos laboratórios de exames.

Não há um número oficial de motoboys e entregadores no Estado. Mas o presidente destaca que são, ao menos, 250 mil no Rio Grande do Sul, incluindo os mototaxistas. Cerca de 25 mil estão na Capital, além dos que convergem da Região Metropolitana.

Ferreira destacou que os trabalhadores do grupo de risco para o Coronavírus realizaram acordos com as empresas e estão em casa. Um caso suspeito da doença foi registrado pela categoria, mas não se confirmou. O presidente do Sindimoto expõe um descaso dos governantes com a categoria. Segundo ele, a população foi orientada a utilizar os serviços de delivery, mas os profissionais não receberam orientações.

”Tivemos só um caso suspeito [de Coronavírus], apesar de não estarmos recebendo nenhum tipo de apoio dos governantes, seja qual for a esfera. Eles jogaram uma responsabilidade muito grande nas nossas costas e não se preocuparam. Temos que respeitar as demais profissões, mas nós também precisamos de proteção. Nós somos o elo entre as necessidades das pessoas e as pessoas”, comenta.

O sindicato salienta que os motoboys estão arcando com álcool gel e máscaras, sozinhos.