O Hotel Dall’Onder Axten, próximo ao Shopping Iguatemi, em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha encerrou as atividades na semana passada e demitiu mais de 50 trabalhadores. A medida, que é reflexo da pandemia do novo coronavírus, não é um fato isolado na rede Dall’Onder, que precisou fechar, temporariamente, outros dois hotéis do grupo (Ski, em Garibaldi e Vittoria, em Bento Gonçalves), fazendo com que, ao todo, 140 colaboradores tenham sido dispensados, desde o início de abril.
No caso do Hotel Dall’Onder Axten, o prédio teve de ser devolvido à construtora que realizou as obras e, por conta disso, o projeto de construção de uma passarela ligando o hotel ao Shopping acabou abandonado. O projeto, inclusive, já havia sido aprovado pela Câmara de Vereadores de Caxias do Sul.
Durante a pandemia, somente o Grande Hotel, localizado no Centro de Bento Gonçalves, vai se manter aberto, entre os que fazem parte da rede. Os dois empreendimentos fechados temporariamente seguem sem data de reabertura prevista. Entretanto, o diretor da Rede Dall’Onder, Tarcisio Michelon, prevê que isso só deva ocorrer quando mercado de hotelaria e turismo se normalizar.
Caso ainda pontual no RS, considera sindicato
Consultado pela reportagem, o presidente do Sindicato Intermunicipal da Hotelaria no Rio Grande do Sul (Sindihotel/RS), Manuel Suárez, afirmou que o caso das demissões em massa ocorridas na Serra ainda pode ser considerado um fato pontual. De acordo com ele, a projeção é que os hotéis gaúchos demitam 30% dos trabalhadores. Entretanto, os empreendimentos seguem evitando os cortes e trabalhando com alternativas, como adiar o pagamento de férias e feriados trabalhados, por exemplo.
Para Suárez, os hotéis de rede, como no caso do Dall’Onder, devem ser os mais prejudicados, pelo fato de trabalharem com grande número de funcionários e com uma rede de investidores elevada. “Com isso, os custos são mais altos e eles dependem de ocupação e rentabilidade muito maiores”, completou o presidente.
Suárez considera que o mercado hoteleiro só volta a se aquecer quando a indústria e o comércio já tiverem retomado as atividades, em simultâneo. “Precisamos que não somente as fábricas voltem à ativa. Essa é apenas uma parcela que ajuda a rede hoteleira. Quando todos estiverem trabalhando e tudo voltar ao normal, ainda precisaremos de 60 a 90 dias para reascendermos”, completou.