O governador de São Paulo, João Doria, questionou ‘quem será o fiador das mortes no Brasil’ provocadas pela pandemia de coronavírus. A declaração ocorreu durante entrevista coletiva, nesta sexta-feira, em visita às obras de instalação do hospital de campanha para pacientes da Covid-19, no Estádio do Pacaembu, na capital paulista.
O chefe do Executivo paulista criticou a campanha do governo federal, intitulada “O Brasil não pode parar”, que defende a tese do isolamento vertical — contrariando recomendações de autoridades de saúde como, por exemplo, a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Doria ressaltou a necessidade de um discurso único durante a crise sanitária e, ainda, citou o decreto de calamidade pública assinado por Jair Bolsonaro, que, segundo ele, reconhece a relevância da quarentena. “Há um documento oficial defendendo o isolamento social. Aí hoje nós tomamos conhecimento de uma campanha pedindo o fim disso. Afinal, nós temos quantos governos?’, questionou.
O governador ainda ponderou que o valor gasto com a campanha, de cerca de R$ 4,8 milhões, deixou de ser usado, por exemplo, na compra de equipamentos de saúde e na comunicação correta aos brasileiros” durante a epidemia.
José Henrique Germann, secretário de Estado da Saúde, anunciou um crescimento de 14% no número de casos confirmados em São Paulo, de 1.025 para 1.223, entre ontem e hoje. Já o número de óbitos cresceu 209%, de 22 para 68, em apenas cinco dias, de acordo com balanço da secretaria. Há uma expansão dos casos para a Grande São Paulo e no interior.
Germann ainda defendeu a manutenção da atual política de isolamento social. Para o secretário, a medida já vem se mostrando eficaz para diminuir a curva de transmissão do vírus no território paulista — que registra o maior número de infectados no país.