Entidades e empresas que fazem parte do projeto Pacto Alegre testaram, nessa quinta-feira, em parceria com a Prefeitura de Porto Alegre, uma tecnologia que visa descontaminar, com o uso de drones, áreas públicas e de difícil acesso, como arredores de hospitais, ruas e parques, em caso de infestação pontual pelo novo coronavírus.
O teste, realizado no Parque Harmonia, ao lado do Guaíba, durou cerca de uma hora, com o emprego de um drone de modelo Pelicano 2020, operado pela empresa SkyDrones. O equipamento subiu carregado de 10 litros de um produto desinfetante, especialmente desenvolvido pelo Instituto de Química da Ufrgs. Cada voo do drone, com cerca de 15 minutos, cobre uma área estimada em 1 hectare.
O voo-piloto seguiu um protocolo sanitário já adotado na China, em um cenário avançado de contaminação, em que ambientes adquirem alto potencial de transmissão do coronavírus.
De acordo com o diretor de Inovação da Prefeitura de Porto Alegre, Paulo Ardenghi, o objetivo é preparar a cidade para o caso de agravamento do surto epidêmico. As vantagens de utilização do equipamento incluem o custo, considerado modesto, o baixo risco ao operador, que pilota o drone à distância.
A professora pesquisadora Nadya Pesce da Silveira, do Instituto de Química, explica que os estudos para chegar à fórmula do produto duraram uma semana e foram conduzidos de acordo com a experiência chinesa.
“Precisávamos de um desinfetante de ação rápida e que não emitisse resíduos tóxicos no ar. Então chegamos ao produto que testamos neste voo, com ação estimada de um minuto, alto poder de desinfecção e dispersão segura para o ser humano, animais e meio ambiente”, detalhou.
Nadya detalha que o líquido é similar aos desinfetantes domésticos, como a água sanitária, porém, com concentração específica de agentes químicos, o que, segundo ela, garante o baixo impacto ambiental.