Um grupo de pesquisadores da USP traduziu um documento da Organização Mundial da Saúde com instruções de como empresas habilitadas podem fazer um gel antisséptico sem carbopol, elemento químico essencial para fazer álcool gel, que escasseou no mercado. A diretriz, em vigor há mais de dez anos, é utilizada países pobres, especialmente os da África.
Segundo especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S.Paulo, essa é uma opção para substituir o álcool gel no combate ao coronavírus, com o mesmo efeito de limpeza, desde que seguidas as devidas instruções em um ambiente industrial. “É um sanitizante mais líquido e também mais barato, com o melhor custo-benefício possível”, considera o pesquisador Filipe Canto Oliveira, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP).
A instrução da OMS mantém algumas matérias-primas para fazer o álcool gel, entre eles o etanol e o álcool isopropílico – esse mais adequado para uso em equipamentos eletrônicos, como o celular.
Doutor em Saúde Pública e professor de Química da Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, Rogério Aparecido Machado também concorda que a diretriz da OMS para produção de produto sanitizante pode ser uma boa saída, mas também esbarra na questão de escassez de matéria-prima.
“O etanol 96%, que está na fórmula da OMS, não é vendido abertamente. Com aumento da demanda, o preço pode aumentar”, ressalta Machado.
Wagner Contrera, gerente de fiscalização do Conselho Regional de Química da Quarta Seção, explica que a produção de álcool gel e sanitizantes deve seguir as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Com o coronavírus, a Anvisa se tornou mais flexível na produção do álcool gel, permitindo que farmácias de manipulação e estabelecimentos fabricantes de produtos cosméticos também façam álcool gel”, finaliza.