Conselho de Saúde adverte sobre uso e pede orientações ao governo federal sobre cloroquina no combate ao Covid-19

Anvisa afirma que a automedicação dessa droga pode representar um grave risco à saúde

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A procura pelo medicamento cloroquina, ou hidroxicloroquina, disparou nas farmácias de todo o país após informações de um estudo que apontou a possibilidade de tratamento do novo coronavírus com esse medicamento. A partir disso, o Conselho Nacional de Saúde solicitou orientações ao Ministério da Saúde sobre a comercialização desse produto tendo em vista que a mesma droga é utilizada para tratamento de outras doenças.

Ontem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu uma nota técnica informando que o uso dos medicamentos hidroxicloroquina e cloroquina são para tratamento de doenças como tratamento da artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária. O órgão reforçou que apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovem o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus.

Com o risco iminente da falta desse medicamento para pacientes com Lúpus e outras doenças, o Conselho Nacional solicitou orientações sobre a continuidade da comercialização em farmácias ou a centralização do medicamento em unidades hospitalares. “Nós solicitamos informações ao Ministério da Saúde se de fato eles estão buscando estocar esse medicamento para uso hospitalar. Também há uma preocupação porque esse medicamento é utilizado por centenas de brasileiros no tratamento de doenças em que existe comprovação, como por exemplo, o Lúpus”, explica Débora Melecchia – presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul e membro do Conselho Nacional de Saúde.

De acordo com a Anvisa, a automedicação pode representar um grave risco à sua saúde. “A hidroxicloroquina é um medicamento antigo mas para coronavírus inexiste qualquer estudo que comprove a sua efetividade para combater esse vírus. As pessoas não devem, por conta própria, procurar farmácias para adquirir esse medicamento”, explica Débora.

Para conferir a nota técnica emitida pela Anvisa, clique aqui.