Bovespa paralisa negócios pela quarta vez na semana após queda de 15%

Circuit breaker foi acionado em duas oportunidades nesta quinta

Foto Rovena Rosa / Arquivo / Agência Brasil

A Bolsa de Valores de São Paulo paralisou pela quarta vez os negócios na semana. Nesta quinta-feira, depois de retomar o funcionamento após uma queda de 11%, a B3 suspendeu as atividades mais uma vez devido a uma redução de 15%. O segundo acionamento do circuit breaker significa que a Ibovespa só voltará a atuar em 1 hora.

Wall Street suspende pregão

As negociações foram suspensas na Bolsa de Valores de Nova Iorque logo após sua abertura, depois que o índice S&P 500 caiu 7%, pânico motivado pela pandemia de coronavírus. O colapso do S&P 500 provocou automaticamente uma paralisação de 15 minutos para permitir que mercados e consumidores se acalmem. É a segunda vez esta semana, depois de segunda-feira, que esse mecanismo é usado.

Caso o índice que representa as 500 maiores empresas de Wall Street registre queda de 13%, uma segunda parada de mesma duração será acionada. No momento da suspensão, o Dow Jones desabava 7,20%, o Nasdaq 7,03% e o S&P 500 5,80%. A crise do coronavírus se acelerou nas últimas horas com a suspensão da temporada da NBA, o anúncio de que o torneio universitário de basquete americano será realizado sem público e o fechamento de todas os estabelecimentos comerciais na Itália, exceto supermercados e farmácias. Mas a medida que mais provocou reações foi a decisão de Donald Trump na noite de quarta-feira de proibir por 30 dias viajantes da Europa de entrar em solo americano.

O presidente também anunciou medidas para apoiar a economia americana a lidar com o coronavírus, mas elas não convenceram os mercados. De acordo com Patrick O’Hare, da Briefing, muitos investidores acreditam que os anúncios de Trump “ficaram aquém das expectativas para apoiar a economia e aumentar a confiança dos consumidores”. Além disso, a companhia de cruzeiros americana Princess Cruises (grupo Carnival Corporation) anunciou nesta quinta-feira a suspensão de seus cruzeiros em todo o mundo por 60 dias em reação à pandemia.