Com a China importando 120 mil toneladas a mais do que em 2018 e pagando os melhores preços do mercado internacional para o produto brasileiro – na média US$ 4.511 por tonelada no ano passado contra US$ 4.075 por tonelada em 2018, as exportações de carne bovina consolidadas (in natura + processadas) bateram todos os seus recordes históricos e prometem repetir o feito em 2020, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que espera um crescimento de pelo menos 10% neste ano (em 2019 o crescimento foi de 13 % no volume e de 16% na receita).
Segundo a ABRAFRIGO, que compilou as informações da Secex do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações alcançaram 1 milhão 856 toneladas em volume e de US$ 7, 575 bilhões na receita, batendo o recorde de 2014 quando a receita atingiu a US$ 7,2 bilhões e a movimentação 1 milhão 560 mil toneladas e que era considerado o melhor ano da história da movimentação de carne bovina brasileira.
Com a crise provocada pela peste suína africana, a China comprou, através da cidade estado de Hong Kong e do continente, o total de 837.580 toneladas no ano passado, contra 717.492 toneladas em 2018, o que significou 44,1% das exportações do país. Na receita a participação saltou de 44,7% em 2018 para perto de 50% em 2019, saindo de US$ 2,924 bilhões para US$ 3,77 bilhões. Depois da China, o Egito foi quem mais importou a carne bovina brasileira, com 164.175 toneladas (-9,3%). Na terceira posição ficou o Chile, com 108.606 toneladas (-5,5%); na quarta os Emirados Árabes com 71.695 toneladas (+94,4%) e na quinta a Rússia, com 69.127 toneladas (+821%). O Irã ocupou a sexta posição, com 63.256 toneladas movimentadas (-24,7%).
Por estado, São Paulo foi quem mais movimentou o produto para o exterior, com 21,9% do total, seguido do Mato Grosso, com 19,7% e de Goiás, com 13,7%. Mato Grosso do Sul veio em seguida com 11% e Rondônia ficou em quinto com 10%. Para 2020, a ABRAFRIGO acredita que as condições favoráveis ao Brasil no mercado internacional devem permanecer, com a China mantendo um patamar elevado de importações, e agora com um novo componente que são as queimadas que atingem Austrália, um dos maiores players do setor no mundo, e ainda com as atraentes cotações do dólar no Brasil para os exportadores.