No segundo dia de operação padrão dos servidores do Instituto-Geral de Perícias (IGP), a paralisação atingiu na manhã desta quarta-feira o Departamento de Identificação, no bairro Azenha, em Porto Alegre. Nessa terça-feira, o protesto contra o pacote do governo que afeta os direitos da categoria havia sido no Departamento Médico Legal, no Palácio da Polícia, no bairro Santana. Já nesta quinta-feira, a suspensão do trabalho será no Departamento de Criminalística, na avenida Missões, no bairro Navegantes.
A presidente da entidade, Carla Jung, confirmou que na próxima semana será a vez do interior do Rio Grande do Sul. Ela explicou que a operação padrão mantém normal 30% das atividades, sendo atendidos somente ocorrências graves, como os casos envolvendo mortes. “Não vamos deixar de forma alguma um corpo na rua para não prejudicar a população. Vamos atender locais de morte”, garantiu. “Em deslocamentos para outros municípios, a diária tem que ser paga antecipada conforme a lei”, lembrou. Carla Jung afirmou ainda que a confecção das carteiras de identidade igualmente foi prejudicada. “Tudo está sendo feito dentro da necessidade de emergência”, resumiu.
A presidente do Sindiperícias/RS enfatizou que o pacote do governo afeta, por exemplo, os subsídios da categoria. “Queremos o risco de vida integralizado como todos os demais da área da segurança pública”, destacou. Ela lembrou também que a reforma previdenciária do governo “prejudica em muito” os servidores por aumentar as alíquotas de contribuição e reduzir assim os vencimentos. “Estamos há cinco anos sem reposição nem da inflação, algo em torno no mínimo de 35%, além dos salários parcelados”, acrescentou. “O sentimento é de desrespeito. Somos desvalorizados. Sem perícia não há justiça”, afirmou. “Queremos respeito e valorização. Somos importantes sim”, enfatizou. A categoria é estimada em torno de 712 servidores ativos, mas faltam ainda pouco mais de mil para completar o número de vagas existentes dentro do IGP.
Já a direção do IGP divulgou nota oficial. “Em razão da Operação Padrão comunicada pelos servidores, o Instituto-Geral de Perícias informa que está preservado o pronto atendimento em locais de crime contra a vida, sequestros e crimes hediondos. No DML, as situações prioritárias são atendidas. Também segue em funcionamento a emissão de carteiras de identidade, com prioridade para casos urgentes”, informou.