Polícia indicia cinco por falsificação para retirada de carros do Detran

Investigação apontou que estelionatários usaram rubricas falsas de delegados para confiscar veículos de depósitos credenciados pelo departamento

Foto: Polícia Civil / CP

A Polícia Civil remeteu à Justiça, com cinco indiciamentos, um inquérito que investigou fraudes na retirada de veículos de depósitos do Detran gaúcho. Uma sexta pessoa ainda é investigada pela equipe da Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro (DRLD) do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc).

Segundo o delegado Adriano Nonnenmacher, o expediente policial abarcou duas etapas, totalizando três prisões temporárias e 14 ordens judiciais em início de dezembro. O trabalho começou ainda em 30 de abril do ano passado. Conforme o policial, a investigação comprovou que assinaturas de dois delegados foram falsificadas para possibilitar a elaboração de documentos visando a liberação de veículos em depósitos credenciados pelo departamento de trânsito.

Quatro dos indiciados já tinham antecedentes criminais, como estelionato, associação criminosa, tráfico de entorpecentes, crimes patrimoniais e ameaça. De acordo com Nonnenmacher, o Detran já alterou a forma de retirada de veículos apreendidos após a descoberta do golpe. “Foi uma investigação que demandou muito tempo de trabalho, diante da especialização dos alvos”, avaliou.

Para o diretor geral do Denarc, delegado Vladimir Urach, a ação “elucidou e estancou atuação audaciosa de quadrilha perante depósitos do Detran-RS, e que trouxe enormes prejuízos a processos e investigações criminais em andamento”.

A DRLD desencadeou a operação em Porto Alegre, Gravataí, Cachoeirinha e Alvorada, além de Londrina, no Paraná. Foram cumpridas oito ordens judiciais e apreensão de documentos, carimbos, rastreadores e cinco veículos, sendo três caminhões e dois automóveis de luxo.

Entre os presos, o líder da quadrilha, um estelionatário de 55 anos, com extensa ficha criminal e especializado em fraudes. Durante as investigações, os policiais civis apuraram que os criminosos sabiam quais veículos não eram furtados ou roubados antes da retirada. A quadrilha tinha base estabelecida em Viamão.