Ação contra milícia que extorquia devedores prende cinco em NH e Bento Gonçalves

Muitos dos credores conheciam os “métodos” de cobrança dos investigados, conforme a Polícia

Foto: Polícia Civil / Divulgação

A operação da Polícia Civil contra um grupo que compunha uma espécie de milícia privada terminou com cinco homens presos nesta sexta-feira. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, e Bento Gonçalves, na Serra. A investigação apontou que a quadrilha fazia ameaças e extorquia devedores, buscando o pagamento das pendências a qualquer custo.

Um dos detidos é apontado como o líder do “negócio”. Foram apreendidas quatro malas contendo documentos, notas promissórias, talonários, cartões de visita, cheques, dinheiro e celulares, além de um notebook e um revólver. Cinco veículos também foram retidos na ação, que mobilizou cerca de 40 agentes da Polícia Civil.

A ofensiva partiu de fatos ocorridos ainda em outubro, Dívidas comerciais eram cobradas com o emprego da milícia. O titular da 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos (1ª DR), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado João Paulo de Abreu, relatou que, em muitos casos, a quadrilha assumia totalmente as dívidas para si, pressionando, ameaçando e extorquindo devedores e familiares deles.

Abreu comentou ainda que muitos dos credores conheciam os “métodos” de cobrança dos investigados sobre os devedores. “Eles agem há muito tempo”, observou, revelando que alguns dos envolvidos já foram alvo de ações de policiais civis catarinenses, cerca de seis anos atrás, pela mesma prática criminosa.

O Deic salienta que o Código de Defesa do Consumidor, no artigo 42, estabelece que, na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não pode ser exposto a ridículo, nem submetido a constrangimento ou ameaça, devendo a cobrança extrajudicial ser feita de forma “amigável” e “discreta”.