Enquanto a Assembleia Legislativa discutia, na tarde desta quarta-feira, o Projeto de Lei Complementar (PLC) 503/2019, que integra o pacote do governo Eduardo Leite e altera as alíquotas de contribuição previdenciária de servidores públicos civis, a mobilização contra a medida seguia forte, mas pacífica, no lado de fora. Em frente ao legislativo, um grupo se manteve sob a sombra das árvores da Praça da Matriz. Já o sol forte afastou os trabalhadores da parte mais próxima do Palácio Piratini, protegida com gradis.
Manifestantes, a maior parte formada por professores liderados pelo Cpers Sindicato, ocuparam o espaço em frente à Assembleia fazendo muito barulho, com um grupo de percussão. Em um caminhão de som, estacionado em frente ao Piratini, o áudio da sessão que debatia o PLC na Assembleia era reproduzido.
Na Praça da Matriz, sindicatos de outras categorias montaram tendas e verdadeiros acampamentos, dando suporte a quem participa do protesto, iniciado nessa terça-feira.
Em um desses acampamentos, há um grupo do 4º núcleo do Cpers, de Cachoeira do Sul, formado por 15 professores. Eles saíram da cidade às 4h de terça-feira e chegaram na Capital no começo da manhã, a fim de participar da caminhada com os demais servidoress. “Mantemos o acampamento aqui porque é necessário. Estamos vigilantes, porque temos muito claro o jogo de interesses entre a Assembleia e o Executivo”, conta Dina Almeida, de 69 anos, professora de matemática aposentada. Na sexta-feira, a categoria vai fazer uma assembleia, em São Leopoldo, para definir os rumos do movimento, o que motiva também a permanência de professores na Capital até amanhã.
Enquanto o acampamento era zelado, colegas de Dina faziam protesto dentro do Plenário 20 de Setembro, na Assembleia. Foram distribuídas senhas, permitindo o acesso de alguns ao local onde o PLC era analisado.
