O presidente Jair Bolsonaro decidiu, na tarde desta segunda-feira, enviar o vice-presidente Hamilton Mourão à posse do presidente eleito Alberto Fernández, e da vice-presidente eleita, Cristina Kirchner, que acontece amanhã em Buenos Aires. Mourão embarca já na noite desta segunda.
O presidente já havia anunciado que não tinha a intenção de participar do evento e também cancelado a ida do ministro da Cidadania, Osmar Terra, como representante do País. Bolsonaro apoiou durante as eleições no país vizinho o atual mandatário, Maurício Macri, derrotado nas urnas, e lamentou a volta dos peronistas ao poder no país vizinho.
Na manhã desta segunda, circulou no Planalto e no Ministério das Relações Exteriores a informação de que apenas o embaixador em Buenos Aires, Sérgio França Danese, havia confirmado participação na posse.
Durante o período eleitoral, Fernández defendeu a liberdade do ex-presidente Lula e o visitou na prisão, enquanto Bolsonaro afirmou que o Rio Grande do Sul corria risco de virar uma “nova Roraima” em caso de vitória de Macri.
Essa é a primeira vez em 17 anos que o presidente do Brasil não comparece à cerimônia de ascensão ao poder do colega argentino, mesmo sendo o país vizinho o principal parceiro comercial nacional da região. Em 2002, Fernando Henrique Cardoso não participou da posse de Eduardo Duhalde, que assumiu ao ser nomeado pela Assembleia Legislativa por 262 votos a favor, 21 votos contra e 18 abstenções, após entendimentos entre lideranças partidárias encabeçadas pelo Partido Justicialista (peronista) no seguimento da renúncia de Fernando de la Rúa e do vice, Carlos Álvarez.