A Polícia Civil vai ouvir testemunhas e vítimas que ficaram feridas durante tumulto em baile funk após ação da PM, que deixou nove pessoas mortas pisoteados, na madrugada deste domingo, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo. Vídeos gravados por moradores com cenas de agressão da PM durante a confusão também serão apurados.
Seis policiais militares que participaram da ação prestaram depoimento no 89º DP (Pontal do Morumbi), zona sul de São Paulo. Eles tiveram as armas apreendidas para exame residuográfico. Outros policiais também devem ser ouvidos – ao todo, participaram da ocorrência 38 policiais militares. Segundo a polícia, os corpos das vítimas apresentavam hematomas, mas não foi verificado ferimento à bala. A PM diz que nenhum tiro foi disparado.
Início da confusão
Segundo a versão oficial, policiais militares perseguiam dois suspeitos em uma motocicleta quando entraram no local onde ocorria a festa, com cerca de 5 mil pessoas. Havia seis motocicletas da PM estacionadas na altura da Avenida Hebe Camargo, na zona Sul, para reforçar o patrulhamento da região por causa do baile funk.
Por volta das cinco horas da manhã, passou pelo local uma outra moto com dois suspeitos,. Eles teriam disparados contra os agentes de segurança e fugiram em direção a Paraisópolis. Os policiais, então, perseguiram a dupla, de acordo com o registro policial.
Ao chegar à comunidade, os policiais afirmam que teve início o tumulto e os suspeitos se esconderam na multidão. Isso causou pânico e fez com que participantes da festa tropeçassem e se machucassem gravemente. Entre os noves mortos, estão três menores e uma mulher.
O ouvidor das Polícias de São Paulo, Benedito Mariano, afirmou na noite deste domingo (1º) que pediu para a Corregedoria da Polícia Militar assumir a investigação das 9 mortes. O ouvidor também vai solicitar os laudos de necropsia para verificar a causa das mortes.