Oito em cada dez brasileiros devem fazer compras na Black Friday

Instituto estima que vendas superem as registradas na edição passada

A cada dez brasileiros, oito pretendem ir às compras na Black Friday de 2019, nesta sexta-feira. De acordo com o Instituto Locomotiva, que entrevistou 1.770 pessoas entre os dias 1 e 9 de novembro, a expectativa é que 130 milhões de adultos adquiram algum produto, em todo o País.

O estudo salienta, ainda, dados específicos sobre grupos populacionais: no caso das classes D e E, 86% pretendem aproveitar a ação promocional para comprar. Entre pessoas da classe C, a intenção de compra é semelhante (77%). A margem de erro da pesquisa é de 2,4 pontos percentuais, para baixo ou para cima.

Na opinião das pessoas entrevistadas para a pesquisa, os eletrônicos são os itens que mais valem a pena serem comprados na data. Também são aguardados os descontos aplicados em compras de eletrodomésticos e celulares.

O público consultado aposta ainda em boas oportunidades para compra de calçados e móveis. As roupas e os produtos de beleza são objeto de desejo, principalmente, entre pessoas com renda mais baixa.

O mesmo ocorre com livros e artigos de papelaria.

Quando o assunto é mobiliário, mais da metade (54%) das pessoas de classes D e E acredita que vale a pena esperar pela Black Friday para fazer compras, enquanto somente 24% das classes A e B dividem a mesma visão. Em relação aos eletroeletrônicos, as porcentagens são, respectivamente, de 59% e 43%.

Honestidade nas vendas

Fechar negócios com preços mais em conta é a promessa da data que se consolidou nos Estados Unidos a partir de 1980. No Brasil, a Black Friday começou a se popularizar somente a partir de 2010. Conforme o Instituto Locomotiva, no ano passado, as vendas em território brasileiro bateram recorde.

O presidente do instituto, Renato Meirelles, estima que o ápice no volume de comercialização deva ser superado este ano. Segundo ele, o consumidor vem aumentando a vigilância para identificar “maquiagens de desconto”, isto é, situações em que as lojas induzem os clientes a adquirir os produtos por um preço maior do que o anunciado. Órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, advertem para outras práticas, como a de lojas que definem valor de frete elevado, os cancelamentos injustificados da compra e o acesso a sites que cometem fraude.

“A Black Friday entrou de forma tímida, com poucas lojas de varejo atuando. Tivemos um processo, após o sucesso dos anos anteriores, de algumas empresas não estarem oferecendo realmente os descontos que podiam oferecer. Houve uma forte reação dos consumidores e teremos agora um consumidor muito mais atento, mas com uma expectativa maior”, avaliou Meirelles. Segundo ele, a maioria dos entrevistados da pesquisa está comparando preços dos produtos desejados há mais de um mês.

“O grande desafio que lojistas terão é garantir que as vendas da Black Friday não atrapalhem as vendas do Natal. O lojista deve atrair e oferecer algo em troca na próxima compra. Desse jeito, a Black Friday passa a ser aliada e não concorrente [do Natal]”, disse Meirelles.