Os brasileiros consomem, em média, 9,34 gramas de sal por dia, o que representa quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 5 gramas. Essa é uma das conclusões de um levantamento feito com a análise de sangue e de urina com cerca de 9 mil pessoas. A coleta ocorreu entre 2013 e 2014 em 8.952 domicílios, durante a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013.
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), essa é a primeira vez que um inquérito com representatividade nacional coletou nos domicílios amostras biológicas para realização de exames complementares, viabilizando que se estabeleçam parâmetros nacionais para valores de referência.
O estudo, que é uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fiocruz, do Ministério da Saúde, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Hospital Sírio-Libanês, apontou também que os homens e os jovens compõem o grupo que mais exagera no sal. Mas indica ainda que a utilização elevada é generalizada na população brasileira, em todas as faixas etárias e níveis de escolaridade.
A avaliação indicou que apenas 2,39% da pessoas pesquisadas estão dentro da faixa recomendada pela OMS. A maioria desse grupo é de mulheres e de pessoas de idade mais avançada. O consumo elevado de sal, mais de 12 gramas por dia, é mais frequente em homens – 15,7% deles abusando do consumo -, do que em mulheres (10,8%). No grupo com escolaridade mais alta, 11,35% das pessoas apresentaram consumo elevado de sal, a menor proporção.
O trabalho dos pesquisadores adverte para a necessidade de os programas de redução de consumo chegarem a todas as subcategorias e não somente grupos específicos, como portadores de hipertensão ou de doenças renais, por exemplo.
O excesso de sal na alimentação está associado à hipertensão e a doenças cardiovasculares. Por isso, um fator preocupante apontado na PNS é que a percepção do brasileiro sobre o consumo elevado de sal é baixa. Apenas 14,2% dos adultos se referiram ao consumo próprio como “alto”.