O júri popular da morte de Ronei Faleiro Jr. foi dividido em três julgamentos diferentes a pedido da defesa de um dos réus e com a concordância de que os nove réus permaneçam presos até seus julgamentos. Conforme o Tribunal de Justiça do Estado, os julgamentos irão ocorrer nos meses de janeiro e abril em datas que serão posteriormente definidas. A decisão pela cisão do júri foi informada na manhã de hoje pela magistrada Greice Moreira Pinz, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Charqueadas, na sede da Afaço, onde ocorreria a sessão do Tribunal do Júri de Charqueadas.
Além de Ronei Jr., foram vítimas de tentativas de homicídio o pai dele, Ronei Wilson Faleiro, e o casal de amigos Richard Wienke e Francielle Wienke. Durante a instrução do processo, quase 40 pessoas foram ouvidas.
Ao todo, 16 pessoas foram indiciadas pela morte de Ronei Faleiro Jr. – nove deles são maiores de idade e responderão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, uso de meio que dificultou a defesa e de meio cruel), homicídio tentado (três vezes, com as mesmas qualificadoras) e corrupção de menores. Os adolescentes envolvidos no crime já foram julgados e cumprem medida socioeducativa na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase).
Há um décimo adulto acusado de envolvimento nos crimes. O homem foi denunciado depois dos demais e seu caso é apurado em outro processo. Ele já foi pronunciado e deve ir a júri, ainda sem data marcada. Conforme o Ministério Público, os réus formavam à época do fato o bonde da aba reta. Todos tinham na época do fato entre 18 e 21 anos.
O caso
O jovem Ronei, de 17 anos, foi espancado e morto na saída de uma festa no Clube Tiradentes, na cidade, há quatro anos. Além de Ronei Jr., foram vítimas de agressões o pai dele, Ronei Wilson Faleiro, e o casal de amigos Richard Wienke e Francielle Wienke.
Conforme a denúncia, o pai de Ronei Jr. foi buscar o filho em uma festa. O evento servia para arrecadar fundos para a formatura e o menino era um dos organizadores. Os amigos iriam de carona. Logo à saída, começaram as agressões com garrafadas, socos e pontapés. Na tentativa de escapar, buscaram abrigo no automóvel de Ronei Faleiro. Em determinado momento, Ronei Jr. foi puxado para fora e recebeu vários golpes e garrafadas na cabeça. O pai contou em depoimento que inicialmente levou filho a um hospital local, mas fora orientado a conduzi-lo a Porto Alegre. O adolescente morreu quando chegava à Santa Casa. A causa da morte foi hemorragia intracraniana e traumatismo.
A procuradoria conclui que o ataque foi motivado por rivalidade do grupo aba reta com moradores de São Jerônimo. À exceção de um dos réus que está em prisão domiciliar desde dezembro de 2015, os demais oito réus estão presos na Cadeia Pública da Capital.