O salário de servidores da Segurança Pública e da Educação passou a ser tema de comparações a partir do envio dos projetos de reforma administrativa do Estado. Segundo levantamento do Correio do Povo, na edição desta segunda-feira (18), a folha da Secretaria da Educação exige 29,85% do total investido para pagamento de salários. As matrículas vinculadas à Secretaria da Segurança, enquanto isso, somam 38,98% do gasto mensal com a folha. A diferença é mais significativa quando é apresentado o número de servidores. A Educação totaliza 186,5 mil servidores, correspondendo a 61,36% do funcionalismo. Já a Segurança tem um número quase três vezes menor, 67,3 mil pessoas (22,15% dos vínculos). Os números são do mês de agosto.
Novas remunerações
A remuneração do magistério deve ter pouca variação caso as mudanças do plano de carreira sejam aprovadas pela Assembleia. Hoje, os salários da categoria variam de R$ 1.260,20 a R$ 3.780,60, no regime de 40 horas semanais. Com o projeto, o valor recebido por professores em início de carreira seria de R$ 2.557,70. Já educadores de nível mais alto receberiam subsídio de, no máximo, R$ 3.887,30.
Entre os militares, a variação deve ser maior. Soldados entram na carreira ganhando R$ 4.689,23 e só têm aumento quando passam a ser sargentos (R$ 5.904,93). O teto da carreira é o posto de coronel, que hoje ganha R$ 17.367,45 de remuneração básica. Com o projeto do governo do Estado, o piso para soldados seria mantido, mas os valores crescem a cada graduação atingida. Um sargento passaria a ganhar R$ 7.751,88. Por fim, coronéis receberiam R$ 27.919,16.
Reação entre servidores
Conforme o Correio do Povo apurou, representantes do magistério não querem focar nas diferenças salariais entre as áreas da Educação e da Segurança Pública. Os professores consideram os colegas como aliados no embate contra o pacote do Piratini e avaliam que os reajustes à Segurança são uma medida justa de valorização.
O projeto que trata das mudanças nas carreiras do magistério é o que precisa de menos votos para ser aprovado na Assembleia. Encaminhados como projeto de lei (PL), a medida necessita de maioria simples entre os deputados presentes no plenário, com quórum mínimo de 28 parlamentares. Já os projetos que reestruturam as carreiras na Brigada Militar, Polícia Civil, Susepe e Instituto-Geral de Perícias são projetos de lei complementar (PLCs). Os textos precisam de maioria absoluta, ou seja, pelo menos 28 votos entre 55.