CPI que investiga Prefeitura de POA define ordem de depoimentos

Supostas irregularidades em aluguel de prédio que abriga secretaria vão ser tema de primeiros depoimentos na CPI.

CPI aprovou o nome de testemunhas para casos de aluguel de prédio e do Banco de Talentos
CPI aprovou o nome de testemunhas para casos de aluguel de prédio e do Banco de Talentos | Foto: Leonardo Contursi/CMPA

A Câmara Municipal de Porto Alegre definiu, nesta quinta-feira, os nomes das primeiras testemunhas que vão depor na CPI que investiga supostas irregularidades na Prefeitura. Seis pessoas vão participar das oitivas. Na próxima semana, o secretário do Desenvolvimento Econômico, Eduardo Cidade, vai depor sobre o aluguel do prédio que abriga a pasta. O antecessor, Leandro Lemos, também será ouvido pela comissão.

Nas duas semanas seguintes, a CPI vai analisar a contratação de servidores com cargo comissionado (CC) via Banco de Talentos. Os vereadores investigam se as escolhas foram técnicas, políticas ou se serviram de lobby para o Executivo. O primeiro coordenador do programa, Christian Lemos, e as servidoras Sirlei Carvalho, Simone Lisboa e Simone Furini foram convocados.

Embates entre base e oposição na CPI

A reunião desta quinta foi a primeira a contar com quórum mínimo após duas sessões. O fato provocou críticas do presidente da CPI, vereador Roberto Robaina (PSOL), que acusou a Prefeitura de boicotar as investigações. O líder do governo Marchezan na Câmara aproveitou a reunião para reafirmar o interessa da base em ouvir as testemunhas. Mauro Pinheiro (Rede) afirmou que não há “corruptos de estimação” dentro da Prefeitura. “Nós queremos demonstrar isso através dessa CPI, que nós achamos que não tem nenhuma necessidade”, sustentou.

O vereador Roberto Robaina comemorou o andamento da reunião, com a aprovação dos depoimentos. No entanto, o presidente da CPI ressaltou que a comissão ainda deseja ouvir o empresário Michel Costa. O ex-diretor da Procempa era sócio de uma empresa que teria sido beneficiada em contratos para testar o GPS dos ônibus da Carris, empresa da qual Costa também presidiu o Conselho de Administração. “A grande prioridade minha, nesta CPI, é a investigação das relações desse empresário em um esquema de corrupção que já tinha ocorrido no Daer e que, infelizmente, seguiu na Prefeitura de Porto Alegre”, denunciou.

A CPI tem prazo de 120 dias, prorrogáveis por mais 60, para apresentar suas conclusões. Os trabalhos foram abertos no início de outubro.