Um dia após uma manifestação histórica com mais de um milhão de pessoas nas ruas de Santiago, a Defesa Nacional do Chile publicou decreto em que informa o fim do toque de recolher na Região Metropolitina.
A medida vinha sendo implementada há sete dias desde o início dos violentos protestos que se espalharam desde Santiago do Chile em direção a outras cidades do país. As manifestações começaram com anúncio do aumento da passagem de metrô, mas acabaram por abarcar outras pautas sociais e econômicas, incluindo os baixos benefícios pagos pela previdência privada.
Mais cedo, o contra-almirante da Marinha chilena Juan Andrés De La Maza, designado pela Defesa Nacional para a região de Valparaíso desde o estabelecimento do estado de emergência, decretou neste sábado que não haverá novo toque de recolher nessa zona.
Após oito dias desde o início das manifestações em todo o país, nesta manhã, o responsável pela defesa afirmou que, após a análise do dia de ontem, “o comportamento da comunidade e do povo era muito bom”.
Segundo informações do jornal La Tercera, “a ideia é voltar à normalidade e retomar a vida cotidiana”. Ele também pediu a retomada do transporte público de rotas “para pessoas que viajam à noite”.
O protesto estudantil iniciado há uma semana contra o aumento na tarifa do metrô provocou uma grave crise social, onde manifestantes continuam nas ruas para exigir uma fatia maior da prosperidade que transformou o país em um dos mais estáveis da América Latina.
Piñera
O presidente Sebastián Piñera, confrontado há uma semana por um movimento de revolta sem precedentes no Chile, afirmou nessa sexta-feira que “todos escutaram o recado” sobre as desigualdades sociais no país. “A grande, alegre e pacífica passeata de hoje, onde os chilenos pedem um Chile mais justo e solidário, abre grandes caminhos de futuro e esperança”, escreveu Piñera no Twitter sobre o protesto que reuniu cerca de 1 milhão de pessoas em Santiago.