PSol indica Melchionna e defende prévias, na esquerda, para disputa à Prefeitura de Porto Alegre

Deputada federal considera que prefeito Nelson Marchezan Jr. "abandonou" a cidade

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Em meio à indefinição em torno de uma frente ampla de esquerda para disputar as eleições de Porto Alegre, em 2020, o PSol largou na frente dos demais partidos ao defender o nome de Fernanda Melchionna como a indicada da legenda. A escolha da deputada federal é avalizada pelo presidente municipal do PSol, vereador Roberto Robaina. Além disso, ele defende que os partidos de esquerda realizem uma eleição aberta aos eleitores para definir a chapa majoritária. A sugestão de Robaina é de que o primeiro colocado seja definido como candidato a prefeito e o segundo como vice.

“Para construir uma unidade com forças democráticas e populares, nós achamos que deve haver um processo de escolha democrático, através de uma prévia, onde vamos lançar a Fernanda Melchionna”, explica.

Com 114 mil votos, Fernanda se tornou a oitava deputada federal gaúcha mais votada no ano passado. Ela também é considerada “sangue novo” e com fôlego maior para a corrida ao Paço Municipal. Diferente do que expôs Robaina, porém, outras lideranças do PSol ouvidas pela reportagem dizem que não pretendem abrir mão de ver o partido compondo a chapa majoritária de esquerda.

Para Fernanda Melchionna, ser indicada pelo PSol demostra a confiança do partido e da militância para transformar uma Porto Alegre, segundo ela, “abandonada”. “Recebo com muita honra e confiança essa indicação e, por outro lado, encaro como um desafio necessário, justamente pelos tempos que Porto Alegre vive. Nossa cidade, infelizmente, está abandonada. O prefeito Marchezan tem destruído, com suas políticas neoliberais (a cidade), desde do buraco na rua até o desmonte do Imesf”, pontuou.

Enquanto o PCdoB não fecha questão em torno da indicação de Manuela D’Ávila, a ex-candidata a vice-presidência da República defende, inicialmente, a elaboração de um programa de governo, antes da definição de nomes. Manuela também não se mostra contrária a realização de prévias entre os indicados de cada legenda.

No PT, algumas alas já admitem a realização de prévias internas para chegar a um consenso sobre um indicado que, posteriormente, dispute com as demais siglas as vagas da chapa.

No PDT, a candidatura da deputada estadual Juliana Brizola é considerada a mais consolidada. O nome de Juliana desponta, inclusive, como a estratégia preferida de Ciro Gomes para retomar a hegemonia do partido no Rio Grande do Sul. Na semana passada, o ex-candidato à Presidência não poupou elogios à deputada. “Proteja este tesouro. Não é em todo canto que a gente tem uma figura que têm raízes históricas e as antenas ligadas na modernidade. Vem ser nossa prefeita”, exclamou Ciro, em Porto Alegre.

No começo de outubro, o Instituto Methodus publicou uma pesquisa de intenção de voto para o Paço Municipal. Na estimulada, Manuela lidera com 17%. Luciana Genro, citada como o nome do PSol, ficou em 4° lugar, com 6%, seguida de Maria do Rosário, do PT, com 5% e de Juliana Brizola, com 4%.