Representantes de países da América Latina participam ao longo de toda a semana em Porto Alegre, de um treinamento sobre a mosca da bicheira. A abertura na manhã desta segunda-feira (07) contou com a apresentação do coordenador geral de Sanidade Animal do Ministério da Agricultura, Jorge Caetano Júnior. Ele explicou o funcionamento do Projeto de Cooperação Técnica que prevê a sensibilização dos órgãos da agricultura de cada país sobre a importância de combate conjunto ao inseto. No Brasil, afirma Caetano Júnior, é preciso reconhecer o prejuízo embutido, com o qual o produtor já convive. “Ele precisa entender que pode perder muito menos”, completa.
Erradicação
O representante do Panamá, Osvaldo Alvarado, explica que no país, há 20 anos se iniciou o programa de controle da mosca (gusano barrenador, em espanhol) através da pulverização de machos estéreis e conscientização dos produtores para a notificação da presença de insetos. “Atualmente continuamos com o controle apenas na fronteira com a Colômbia, em função de uma densa floresta que conta apenas com fauna silvestre. Nas demais regiões já está totalmente controlada”, explica. Segundo ele, o Panamá é uma barreira para que o inseto não volte para países acima dele, como Estados Unidos e México, de onde já foi erradicado. Alvarado revela que os prejuízos no Panamá chegaram a U$ 100 milhões, em um rebanho de pouco mais de 1,5 milhão de cabeças. “Estávamos com muitos casos em humanos, com várias mortes registradas e isso acelerou o programa de erradicação”, explica.
A forma de identificar a mosca, dentre tantas espécies existentes, o conhecimento da epidemiologia da doença são alguns dos aspectos que serão abordados ao longo desta semana. Além do Brasil, que tem entre os participantes técnicos do Ministério da Agricultura, Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul e universidades, participam do treinamento representantes do Serviço Veterinário Oficial da Argentina, Bolívia, Equador, Honduras, Nicarágua, Panamá, Peru, Paraguai, República dominicana e Uruguai.