TST determina que grevistas dos Correios mantenham 70% das atividades

Sindicatos levarão a proposta para votação nas assembleias locais

Em Porto Alegre, desde as primeiras horas da manhã de hoje, os trabalhadores se mobilizam em frente as unidades dos Correios - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Mauricio Godinho Delgado determinou, nesta quinta-feira, que 70% dos empregados dos Correios mantenham as atividades da empresa durante a greve iniciada na noite de terça. Pela decisão, o descumprimento do efetivo deve acarretar na aplicação de multa de R$ 50 mil por dia aos sindicatos da categoria.

A decisão do ministro foi proferida em audiência de conciliação realizada nessa tarde entre a empresa e os sindicatos de trabalhadores. Na reunião, o ministro propôs o fim da greve. Em contrapartida, os Correios devem manter os termos do atual acordo coletivo de trabalho e o plano de saúde dos empregados até 2 de outubro, data do julgamento do dissídio coletivo pelo TST. A empresa aceitou a medida e os sindicatos levarão a proposta para votação nas assembleias locais.

De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), os trabalhadores exigem reajuste salarial com reposição da inflação (3,25%) e não querem cortes de direitos conquistados em negociações anteriores.

Segundo a Fentect, mesmo com a mediação já iniciada no TST, referente ao processo de negociação do Acordo Coletivo 2019/2020, a empresa deixou de receber os representantes dos trabalhadores. Para a entidade, a empresa não dá prejuízo e não depende de financiamento público. Os empregados também são contra a eventual privatização dos Correios.

Em nota, os Correios afirmaram que aceitaram a proposta de encaminhamento do ministro “para minimizar os impactos da paralisação, inclusive a perda de clientes para a concorrência”. A empresa também declarou que espera chegar a um “entendimento razoável” para não se comprometer financeiramente.

“Vale destacar que, atualmente, as despesas com pessoal equivalem a 62% dos dispêndios anuais da empresa”, cita o comunicado.

Serviços

Segundo os Correios, devido à greve, um Plano de Continuidade de Negócios foi montado pela empresa e as postagens e entregas de correspondências e de encomendas Sedex e PAC seguem sendo realizadas em todos os municípios, exceto os serviços com hora marcada (Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje), suspensos temporariamente.