Novo presidente da Ancine vai ter perfil conservador, antecipa Osmar Terra

Em 30 de agosto, Bolsonaro assinou um decreto afastando o então diretor-presidente da Agência, Christian de Castro

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo/ABr

O governo ainda não fechou um nome para a presidência da Agência Nacional de Cinema (Ancine), mas a pessoa vai ter perfil conservador, como o governo. A afirmação é do ministro da Cidadania, Osmar Terra, ao comentar as declarações do presidente Jair Bolsonaro de que o novo presidente da agência reguladora deve ser evangélico.

“Esse governo é conservador nos costumes e liberal na economia. Então tem que ter um perfil, já estamos indicando uma pessoa para a Ancine, vai vagar uma diretoria agora em outubro e será indicada outra pessoa e vamos ver quem é o melhor nome pra isso”.

Ele lembrou que a Ancine é formada por quatro diretorias e o presidente é escolhido entre os ocupantes. Terra confirmou que para uma vaga já foi indicada a diplomata de carreira do Itamaraty Paula Alves de Souza.

Em 30 de agosto, Bolsonaro assinou um decreto afastando o então diretor-presidente da Agência, Christian de Castro, nomeado no início de 2018, para três anos de mandato. Segundo o texto, o afastamento cumpriu uma decisão judicial proferida pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. O processo corre em sigilo. Bolsonaro designou Alex Braga Muniz como interino.

Sobre a previsão orçamentária do Fundo Setorial do Audiovisual para 2020 ser 43% menor do que o deste ano, o ministro afirmou que uma proposta orçamentária só vai ser definida após reunião do Conselho Superior de Cinema, que deve ocorrer na semana que vem. “Nós estamos reorganizando o setor, por enquanto tem propostas, não tem corte nenhum”.

Congresso no Rio
Osmar Terra conversou com a imprensa após participar da abertura do 25º Congresso da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas, que acontece no Rio de Janeiro até sexta-feira. Na palestra, ele reforçou que a política do governo federal é baseada na ideia de que há uma epidemia de uso de drogas no país e defendeu tratamentos focados em comunidades terapêuticas e na abstinência. Ele se posicionou fortemente contrário à regulamentação, inclusive medicinal, de derivados da maconha.

O ministro reforçou também que apesar dos contingenciamentos, os programas sociais do governo se mantêm e que neste ano os beneficiários do Programa Bolsa Família receberão 13ª parcela. Ele anunciou uma parceria com o Sistema S para a oferta de cursos de formação para jovens de famílias beneficiadas pelo programa.