O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, reuniu-se hoje com o presidente norte-americano, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, também participou do encontro.
“Foi um excelente encontro. Um encontro muito raro, deve ser uma das primeiras vezes que o presidente americano recebe pessoas que não são chefe de Estado. Isso foi uma deferência especial que mostra o caráter da relação Brasil-Estados Unidos”, avaliou o ministro das Relações Exteriores brasileiro.
O encontro na capital dos Estados Unidos ocorreu menos de uma semana depois da repercussão dos incêndios na Amazônia Legal durante reunião do G7 – grupo formado pelas nações mais industrializadas do mundo, que envolve Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido – em Biarritz, na França.
De acordo com Araújo, a visita à Casa Branca serviu para “agradecer a atuação no presidente Trump no G7 de contestar (…) ideias de que é preciso algum tipo de internacionalização da Amazônia”.
“Isso é importante neste momento que alguns países, talvez, um país está com ideias esquisitas sobre a nossa soberania na Amazônia. Não um país, mas um determinado líder”.
Livre comércio
Antes do início da reunião do G7, o presidente francês, Emmanuel Macron, cogitou não ratificar o recente acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia em função das queimadas na Floresta Amazônica e chegou a falar em “internacionalização da Amazônia”.
Nos últimos dias, o governo federal mobilizou o Exército para combater o fogo na região e liberou R$ 38 milhões para ações de controle. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou que a ajuda prometida pelo G7 aos países afetados pelos incêndios na região amazônica é “bem-vinda” e o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto proibindo queimadas na região por 60 dias.
A inciativa do governo brasileiro na Amazônia após a reunião do G7 já obteve resultado. A Operação Verde Brasil, que reuniu várias agências públicas em torno do combate aos incêndios na Amazônia Legal, registrou diminuição nos focos de queimada.
Eduardo Bolsonaro volta a criticar Macron
O deputado Eduardo Bolsonaro confirmou, na saída do encontro com Donald Trump, que agradeceu pessoalmente o apoio norte-americano durante a reunião do G7 e assinalou a aproximação entre o Brasil e os EUA. “Todos os líderes que tentarem subjugar a soberania nacional encontrarão problemas não só com o Brasil, mas também com os Estados Unidos.”
“Não podemos aceitar no Brasil é Macron, da maneira como ocorreu, falando e atentando contra a nossa soberania nacional depois vir querer fazer algum tipo de ajuda. Não é uma ajuda que vem de bom coração, é uma ajuda que vem com interesses outros”, considerou o deputado.
O presidente Jair Bolsonaro já anunciou que pretende indicar Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. “O presidente Trump, espontaneamente, reforçou a sua intenção, de maneira bem educada, de apoiar a minha candidatura”, disse o parlamentar. “São os senadores que vão decidir o meu futuro quanto à possibilidade de ser embaixador”, completou.