Por unanimidade, a 1ª Câmara do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul cessou o andamento da ação penal contra o dentista acusado pelo Ministério Público pelo desaparecimento seguido de morte do gerente da agência Sicredi de Anta Gorda Jair Potrich. Três desembargadores concederam a ordem de Habeas Corpus (HC) impetrada pela defesa para trancar o processo, que tramita na 1ª Vara Criminal de Encantado, por entenderem que, “por falta de prova, não há justa causa” para que ele continue.
“Ela não mais existe. Examinando todo o inquérito, toda a prova até agora produzida, se concluiu que meu cliente não pode responsabilizado de forma nenhuma porque resultou, demonstrado através de perícias e testemunhas, que ele não teve nada a ver com o desaparecimento”, comentou o advogado da defesa advogado de defesa Paulo Olímpio Gomes. De acordo com ele, se houve morte, ela não ocorreu no condomínio onde ambos tinham residência. O corpo de Potrich permanece desaparecido.
O Ministério Público pode recorrer da decisão. “Em tese, é possível, mas a chance de prosperar um recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça quanto à decisão unânime é muito difícil porque envolve exame de prova”. De acordo com o MP, a Procuradoria Criminal estuda que medidas tomar.
Caso
O gerente da agência do Sicredi de Anta Gorda, no Vale do Taquari, Jacir Potrich, desapareceu em novembro de 2018. A vítima sumiu da própria casa, por volta das 20h, após uma pescaria. As câmeras de segurança do condomínio onde reside registraram o gerente chegando, sem mostrar a saída dele depois. O automóvel do gerente ficou estacionado na garagem.
Em 23 de janeiro, o dentista, vizinho da vítima, a Polícia prendeu o dentista, provisoriamente, em um mandato cumprido em Capão da Canoa. No dia seguinte, ele acabou solto após um HC concedido pela Justiça, mas voltou a ser preso em abril, de forma preventiva, após um pedido do promotor de Justiça André Prediger. A detenção também durou pouco. No dia seguinte, o Tribunal de Justiça determinou a soltura.