Capitalização complementar na Previdência tem simpatia de Maia, diz economista de Ciro Gomes

Mauro Benevides Filho ainda analisou crise do Rio Grande do Sul e elogiou governo Leite

Secretário do Planejamento do Ceará defendeu regime misto de previdência por repartição e capitalização | Foto: Gustavo Chagas/Rádio Guaíba

O secretário de Planejamento do Ceará, Mauro Benevides Filho, participou da abertura do 1º Workshop RS/CE em Porto Alegre. O encontro reuniu membros da administração dos dois estados, que discutiram práticas de gestão fiscal. Ao lado da secretária gaúcha do Planejamento, Leany Lemos, Benevides expôs como o estado nordestino trabalha na arrecadação de recursos e os utiliza na educação.

O secretário foi líder da equipe econômica do candidato Ciro Gomes (PDT) nas eleições presidenciais de 2018. Defensor da realização de uma reforma da Previdência, o deputado federal licenciado chegou a manter conversas com o ministro Paulo Guedes no início do ano. Mauro Benevides Filho defende um modelo parcial que una o atual regime de repartição com o de capitalização. Neste caso, quem deseja receber valores acima de um piso estabelecido em R$ 5 mil deveria contribuir de modo individual. “O presidente [da Câmara dos Deputados] Rodrigo Maia já externou que, votada a reforma, ele vai voltar à discussão sob a ótica do PDT”, afirmou.

Crise no Rio Grande do Sul

O secretário de Planejamento do Ceará ainda apontou receitas de gestão fiscal para a administração gaúcha. Benevides reconheceu os esforços da equipe do governador Eduardo Leite. “O Rio Grande do Sul está muito bem entregue”, avaliou.

Mauro Benevides Filho participou de palestra com a secretária do Planejamento, Leany Lemos | Foto: Gustavo Chagas/Rádio Guaíba

Para o economista, a questão de gastos com o pessoal é urgente no Estado. O cearense citou o desequilíbrio na Previdência, já que o Rio Grande do Sul tem a maior relação entre servidores inativos e ativos no país. Mauro Benevides Filho pregou o fim da incorporação salarial de gratificações no funcionalismo público e a revisão de benefícios fiscais para empresas. “Em dois ou três anos, dá para o Rio Grande do Sul vivenciar um outro momento de investimentos”, condicionou.

Modelo cearense

Mauro Benevides Filho apresentou políticas que implementou no Ceará, nos diversos governos nos quais atuou. Atualmente membro do gabinete de Camilo Santana (PT), o economista atuou em mandatos de diversas siglas. O secretário ressaltou que precisa limitar benefícios fiscais e aumentar o controle sobre a circulação de mercadorias. O estado nordestino instalou cinco scanners em rodovias para combater a sonegação.