Ministra garante que liberação de agrotóxicos não gera riscos à população 

De acordo com Tereza Cristina, exigências não mudaram

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil / CP Memória

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse hoje que a liberação de agrotóxicos não coloca em risco a saúde dos consumidores nem o meio ambiente. Segundo ela, o governo acelerou a liberação de registro para que novos produtos sejam usados, mas as exigências se mantiveram.

“Não mudou nada, o que mudou, somente, foi a celeridade. Foi colocado mais gente no Ministério da Agricultura, pesquisadores da Embrapa que vieram ajudar essa fila [de pedidos de registro]. Foi colocado mais gente no Ministério de Meio Ambiente, também a fila anda. E a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] resolveu pegar esse assunto em que o Brasil está muito atrasado em relação a outros países”, disse, após participar da abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo.

Os pesticidas e herbicidas usados no Brasil também são, de acordo com Tereza Cristina, usados em outras partes do mundo. Para a ministra, há uma má compreensão sobre o assunto. “É inadmissível que o agronegócio brasileiro tenha tido nessa última semana um bombardeio pela mídia nacional, querendo colocar desinformação aos brasileiros, falando sobre o alimento inseguro, o que não é verdade”, acrescentou.

Na quarta-feira passada, o Diário Oficial da União publicou o marco regulatório para agrotóxicos, por meio de três resoluções e de uma instrução normativa. Rótulos e bulas dos agrotóxicos vão ser alteradas, com regras novas para a disposição de informações, palavras e imagens de alerta.

Como forma de combater as críticas, a ministra defendeu um reforço nas ações de comunicação direta e mediação com jornalistas sobre os temas relativos ao agronegócio brasileiro. “Nós precisamos ganhar a guerra da comunicação”, enfatizou.

Desmatamento
Tereza Cristina também disse acreditar que o tema do desmatamento precise de ações focadas na comunicação. “Nós apanhamos da mídia internacional direto”, reclamou sobre as reportagens publicadas sobre o desmatamento no país. “Ninguém é mais sustentável do que o Brasil”, rebateu ao afirmar que, via de regra, os produtores rurais mantêm grande parte dos imóveis preservando a vegetação nativa.

Nesse sentido, a ministra defendeu mais cuidado na divulgação do monitoramento do desmatamento na Amazônia feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A partir da análise das informações do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), o órgão apontado um aumento de 88% na derrubada da floresta em junho deste ano em comparação com o mesmo mês de 2018, com a perda de 920,4 quilômetros quadrados de mata.

Na semana passada, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, rebateu a informação sobre desmatamento afirmando que pelo menos 31% do total do desmatamento apurado em junho ocorreram em anos anteriores, principalmente em 2017 e 2018, mas só foram computados depois. Para chegar a essa conclusão, segundo ele, foram analisadas imagens de 56% das áreas desflorestadas em junho indicadas pelo Deter.

Também na semana passada, o diretor do Inpe, Ricardo Galvão, acabou exonerado depois de entrar em polêmica com o presidente Jair Bolsonaro sobre os dados do desmatamento.