Autoridades da Guarda Civil da Espanha avaliaram em 1,3 milhão de euros (cerca de R$ 5,6 milhões) os 39 kg de cocaína encontrados com o segundo-sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) Manoel Silva Rodrigues, segundo o jornal espanhol El País.
O militar segue detido desde terça, após ser flagrado com o entorpecente no aeroporto de Sevilha, durante escala para o voo que seguia para o Japão, em comitiva de apoio à viagem do presidente Jair Bolsonaro à cúpula do G20.
Segundo a publicação, a Guarda Civil, que ainda não detectou a pureza da droga, investiga qual era o destino da cocaína e por qual razão o militar tinha 37 pacotes dentro de uma mala de mão, que não é despachada.
Após ser detido, o sargento teve a prisão provisória decretada por um tribunal de Sevilha, sem possibilidade de fiança, acusado de crime contra a saúde pública – que é como o Código Penal do país descreve esse tipo de delito.
A FAB comunicou ontem, em entrevista coletiva, que abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para esclarecer o fato e que as investigações seguirão em sigilo.
De acordo com o que apurou o jornal O Estado de S.Paulo, o segundo-sargento não demonstra ter uma vida de ostentação e devia, até o início do mês, inclusive o condomínio.
Pagou o débito, de R$ 1.381,25, referentes a três parcelas do condomínio de um apartamento em Taguatinga, depois de ter sido cobrado judicialmente.
O imóvel de Rodrigues fica em um condomínio com piscina e salão de festa, a cerca de 30 km do Palácio do Planalto. O apartamento está ocupado, mas os funcionários do prédio não disseram se o sargento vive no local e também se recusaram a interfonar, a pedido da reportagem do Estadão.
O preço de uma propriedade no condomínio varia de R$ 150 mil a 210 mil (há opções de 2 e 3 quartos), e alugueis vão de R$ 1 mil a R$ 1,6 mil. Nenhum dos condôminos disse conhecer o militar.
Conforme informações do Portal da Transparência, Rodrigues recebe, atualmente, salário bruto de R$ 7.298,10.