Mourão admite afastamento do ministro do Turismo caso provas o incriminem

Polícia Federal prendeu hoje três pessoas ligadas a Marcelo Álvaro Antônio, incluindo assessor especial

Foto: Guilherme Almeida/CP

O presidente em exercício Hamilton Mourão afirmou, hoje, em Porto Alegre, que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, pode ser afastado do cargo caso as investigações da Polícia Federal comprovem a participação dele no esquema que envolve candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais. Mourão se manifestou após três pessoas ligadas a Antônio, incluindo o assessor especial do ministro, Mateus Von Rondon, terem sido detidas, hoje, em Brasília.

“Óbvio que se houver alguma culpabilidade dele neste processo, o presidente não vai ter nenhuma dúvida em substitui-lo. Mas vamos lembrar que, sempre que a gente colocar a culpabilidade à frente dos acontecimentos, as coisas não funcionam corretamente. Então, não vamos linchar a pessoa antes de todos os dados serem esclarecidos”, afirmou.

Questionado se as prisões envolvendo integrantes ligados ao PSL, do presidente Jair Bolsonaro, podem afetar a articulação política no Congresso, Mourão rechaçou. “Eu julgo que não. Até porque ele não é nenhum encarregado da articulação política”, disse. Conforme o general, o caso vai ser debatido após o retorno do presidente Bolsonaro do Japão.

Enquanto Mourão atendia aos questionamentos, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, também presente na posse da nova presidência do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), permanecia em silêncio.

Avaliação do governo

Mourão também reconheceu que a popularidade de Bolsonaro caiu, em função da crise econômica vivida pelo País. “Toda vez que você está no Executivo, com uma série de reformas para tocar frente e enfrentando uma situação difícil, principalmente na questão econômica, é óbvio que é normal essa queda na popularidade e da avaliação do governo”, avaliou.

Hoje, pesquisa Ibope apontou que a avaliação positiva (ótimo e bom) de Bolsonaro passou de 35% em abril para 32% em junho, mostrando tendência de queda. Além disso, a avaliação negativa (ruim e péssimo) subiu de 27% para 32% no mesmo período.

Mudança climática

Hamilton Mourão criticou, ainda, o documento da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o impacto das mudanças climáticas, que considerou Bolsonaro um “fracasso”. “Na minha visão pessoal, a ONU está se perdendo ao logo do tempo e em determinadas discussões”, avaliou.

Posse

Nesta quinta, o desembargador federal Victor Luiz dos Santos Laus assumiu a presidência do TRF-4, em Porto Alegre. Ele sucedeu Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, que passou a integrar a 8ª Turma, responsável pelo julgamento de ações decorrentes da Lava Jato.

Além de Laus, o desembargador Luís Alberto d’Azevedo Aurvalle assumiu o cargo de vice-presidente e a desembargadora federal Luciane Amaral Corrêa Münch a Corregedoria Regional da Justiça Federal da 4ª Região. Os magistrados serão responsáveis pela gestão do tribunal durante o biênio 2019-2021.