Desde o último dia 30 de maio, as Instruções Normativas (INs) 76 e 77 estão em vigor, alterando a forma de produção, coleta e armazenagem do leite cru em todo o País. As normativas foram propostas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e visam, entre outras coisas, a qualidade do leite, uma maior competitividade e a abertura do mercado externo. Em reunião realizada nesta quarta-feira (26), na sede da Farsul, em Porto Alegre, a Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB) debateu os principais desafios no dia a dia da atividade leiteira e a relação entre produtor e indústria após a adequação da cadeia às INs.
O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, fez um raio-x sobre o cenário lácteo no Estado. “A assistência técnica de qualidade é fundamental para que se consiga um bom resultado”, frisa. Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, as INs vieram para aproximar a cadeia produtiva de ponta a ponta e dividir a responsabilidade com o poder público.
De acordo com o coordenador geral da ALSB, Airton Spies, anteriormente, o grupo havia sugerido ao Mapa a criação de uma norma de transição para que nenhum produtor fosse penalizado até a adequação total às exigências. “O Mapa criou um comitê técnico para analisar, durante cinco meses, as INs 76 e 77, afim de normatizar a destinação da matéria prima que estiver fora dos padrões de temperatura e contagem padrão em placas (CPP)”, conta.
As novas regras não preveem o descarte do leite fora dos parâmetros de exigência, tema levantado por Spies e que foi, incansavelmente, debatido em todas as reuniões itinerantes realizadas pelo Sindilat, Mapa e demais entidades no interior do Estado. “Os encontros têm o objetivo de tirar todas as dúvidas da cadeia produtiva, a partir de dados apresentados por especialistas”, alerta Palharini.
Quanto melhor a qualidade, maior a vida útil do produto na prateleira. Segundo supervisor regional do Serviço Nacional de Assistência Rural (SENAR/RS), Herton Lima, é preciso manter um bom relacionamento entre a indústria e os produtores para que, juntos, consigam elevar a qualidade e o nível de produção. “Com as INs todos ganham, produtor, indústria e, principalmente, o consumidor”.
Também participaram da reunião o diretor financeiro do Sistema FARSUL, José Alcindo Ávila, o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Luis Antonio Covatti Filho, o presidente do Sistema FAESC, José Zeferino Pedrozo, além de Guilherme Dias, representando o Sistema FAEP e Vagner Miranda Portes, representando a secretaria da Agricultura e Pesca de Santa Catarina. O próximo encontro da Aliança Láctea Sul Brasileira será no município de Florianópolis (SC), no dia 19 de setembro, na sede da FAESC.