O custo total da soja estimado para a safra 2019/2020 será de R$ 3.388,37 por hectare enquanto no milho é de R$ 4.583,80. Se considerado só o desembolso na soja este valor é de R$ 2.300,95 e no milho R$ 3.384,52. O levantamento é da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), divulgado nesta quarta-feira, 26 de junho, em encontro com a imprensa na sede da entidade, em Porto Alegre (RS).
Para o produtor cobrir o custo total de produção, o agricultor precisará colher 47,72 sacas de 60 quilos na soja e 152,79 sacas de 60 quilos no milho. Já em relação ao custo variável os números para soja e milho ficam em 32,41 e 112,82 sacas, respectivamente. A rentabilidade por hectare, conforme o levantamento da entidade, é de R$ 871,63 ou 12,28 sacas para a soja e R$ 216,20 ou 7,21 sacas no milho.
De acordo com o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, a expectativa é que não haja algo fora da curva que mude este cenário ao produtor. “Teremos um certo equilíbrio no custo quanto na precificação do produto que o produtor colher. Agora, se houver algo inesperado, como um agravamento da situação de perdas na safra americana, pode ajudar o produtor com um preço maior e a rentabilidade aumenta. Se tivermos algo em relação ao dólar, mesmo que haja uma desvalorização, que vá para o lado de aumentar os preços, não é repassado diretamente este aumento, mas impacta no custo. Temos uma questão de estabilidade, não temos nada que diga que teremos algo muito forte que vá mudar este cenário”, observou.
Na avaliação de rentabilidade atual, o estudo considerou os preços praticados dos principais insumos, máquinas e implementos, referência pelo produtor, além dos demais fatores que compõem os custos de produção, bem como o preço de mercado de grãos, com base na primeira semana de junho de 2019. A estimativa de custos elevados para safra 2019/2020 preocupa o setor. A queda de preços da soja ficou na ordem de 0,54% no primeiro semestre de 2019 e o milho teve redução de 1,36% em valores nominais.
O estudo avalia que, comparativamente em relação à 2018, bem como a fatores conjunturais como elevação nas taxas de juros para custeio da próxima safra, questão cambial, guerra comercial entre Estados Unidos e China, elevação de preços de insumos e máquinas em média de 10% em decorrência de inovações e tecnologias, estão deixando o produtor numa relação desfavorável na relação de troca, reduzindo a rentabilidade. A análise da FecoAgro/RS é de que os preços, tanto dos insumos como das máquinas e equipamentos, atrelado a valorização do dólar frente ao real, mais a insegurança na logística ocasionada pela greve dos transportadores com a indefinição da tabela de frete, vem deteriorando o poder de compra do produtor frente aos insumos e máquinas.
Ao final do estudo, a FecoAgro/RS reafirma que o produtor, conhecendo seu custo, pode adotar estratégias de comercialização como fixar preço para entrega futura garantindo melhor margem de lucro ao produtor. Lembra ainda que o controle de custos e fundamental para análise de resultado de cada lavoura garantindo sustentabilidade na produção futura.