A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) prestará um novo depoimento sobre a morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, nesta segunda-feira (24). De acordo com a defesa da parlamentar, ela será ouvida na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, sob a condição de testemunha. Ela foi ouvida pela polícia pela primeira vez no domingo (16), junto com dois filhos e dois netos do casal.
Nas redes sociais, Flordelis chegou a divulgar uma nota na qual afirmava “ser muito cruel imaginar que teria frieza para esconder provas de um crime”que, segundo ela, precisa que seja rapidamente esclarecido. “Ninguém tem mais interesse”, afirmou por meio das redes sociais sobre a continuidade das investigações.
Ela também respondeu críticas que vem sofrendo nos últimos dias: “por que me condenar sem qualquer chance de defesa e sem processo? Isso não é justo, mas sigo com força porque Deus está comigo.”
A assessoria da deputada divulgou, por meio de nota, que “embora, como parlamentar, a deputada tenha a prerrogativa de escolher o dia e o local do depoimento, ela decidiu aceitar o convite nos termos formulados pela polícia porque tem o interesse de colaborar com as investigações.”
Flordelis foi apontada como suspeita de participar do crime na quinta-feira (20), por um dos filhos, que não teve a identidade revelada. Também por meio de nota, a assessoria informou que ela não é investigada.
A delegada Barbara Lomba, responsável pela investigação, afirmou que a motivação do crime ainda não está esclarecida. Na quinta-feira (20), dois filhos da deputada, suspeitos de envolvimento na morte do pai, foram colocados frente a frente durante uma acareação com o objetivo de esclarecer contradições no depoimento deles.
Na quarta-feira (19), o filho adotivo de Flordelis disse à Polícia Civil que matou o pai a mando do irmão mais velho, que, por sua vez, negou as acusações. Após a acareação, porém, o filho biológico confessou ser o mandante do crime.
Uma pistola foi encontrada pela Polícia Civil na terça-feira (18) no quarto de um dos filhos da deputada, em Pendotiba, Niteroi. O calibre da arma sugere que ela pode ter sido usada no assassinato de Anderson.
O pastor Anderson Carmo foi assassinado na madrugada do domingo (16) na região de Pendotiba, em Niteroi, região metropolitana do Rio de Janeiro.Segundo a Polícia Militar, ele foi baleado por volta das 4h na casa em que morava com a deputada.
Segundo a ocorrência, o casal havia acabado de chegar de uma comemoração. Alguns familiares afirmaram aos policiais que a deputada teve a sensação de estar sendo seguida durante o trajeto de volta para casa. O casal tem 55 filhos, sendo quatro biológicos e 51 adotados.
A polícia investiga o caso, mas até o momento, as circunstâncias apontam para uma execução, realizada com uma arma de calibre 9 milímetros. Uma das hipóteses para o assassinato seria vingança por um relacionamento extraconjugal do pastor, que levou um terço dos 30 tiros na região da virilha. O celular do pastor, que seria essencial para recuperar o registro de conversas da vítima com a família e amigos, está desaparecido.