O Ministério Público e a Polícia Civil estão nas ruas da cidade de Farroupilha, na Serra, realizando uma operação contra um vereador acusado de desviar pelo menos R$ 1,1 milhão de cooperativas habitacionais da cidade. Estão sendo cumprido quatro mandados de busca e apreensão em um gabinete na Câmara de Vereadores, em escritórios das Cooperativas Habitacionais Terra Nostra e Meu Pedaço de Chão, um escritório de contabilidade e em uma residência.
Além dos mandados de busca e apreensão, o MP cumpre a determinação de sequestro de bens e valores do investigado e seus familiares, como contas bancárias, cinco automóveis, dois apartamentos e quatro box de garagens. A medida visa garantir o ressarcimento dos valores desviados das cooperativados.
O vereador também é presidente e administra sozinho todos os grupos que integram as Cooperativas Habitacionais Terra Nossa e Meu Pedaço de Chão. Atualmente, há o total de 44 grupos de associados e de 44 contas bancárias, englobando as duas Cooperativas.
Em depoimento ao MP, o suspeito declarou que as Cooperativas somavam 5.790 associados em 2017, sendo que cada um deles pagava mensalmente o valor de R$ 100 pela sua quota para receber um terreno. A arrecadação mensal naquela época era de aproximadamente R$ 579 mil, feita por meio de cheques ou em dinheiro vivo diretamente para o vereador. Segundo as investigações, o número de associados diminuiu em virtude da falta de perspectiva no recebimento dos terrenos, já que os primeiros grupos surgiram em 2008 e, até agora, nenhum lote de terra foi entregue.
O MP constatou que muitos depósitos foram realizados nas contas particulares do vereador e de seus familiares, e não das Cooperativas. Os valores que deveriam ser empregados para a entrega dos terrenos eram aplicados pela família em viagens, restaurantes, abatimento de saldos negativos em contas bancárias e outros gastos incompatíveis com suas rendas.