Milhares de pessoas se reuniram, na área central de Porto Alegre, nesta sexta-feira, em protesto contra a Reforma da Previdência e outras medidas do governo federal. De acordo com os organizadores, 50 mil pessoas iniciaram uma caminhada na Esquina Democrática e, depois, percorreram ruas do Centro até a dispersão, perto das 20h, no Largo Zumbi dos Palmares.
A marcha, organizada pelas centrais sindicais, com o apoio de estudantes e de outras entidades de classe, teve cartazes e cânticos atacando o governo do presidente Jair Bolsonaro, mas seguiu pacífica durante o percurso. A defesa da educação, principalmente do Ensino Superior, também era uma bandeira forte na manifestação.
Privatização de estatais e bandeira gigante
Faixas em defesa das companhias estatais de energia, como a CEEE, também foram vistas durante o percurso, em função dos planos de privatização do governo estadual. Uma bandeira gigante do Rio Grande do Sul, com os dizeres “o RS não está à venda”, foi pendurada sobre o viaduto Otávio Rocha.
Foram poucos os registros de depredações, mas um lotação teve uma lateral pichada com a palavra “greve”, no meio da avenida Borges de Medeiros. Depois disso, um colchão foi incendiado. Na Loureiro, um morador de edifício jogou ovos nos manifestantes, em um gesto para repreender o protesto.
Por volta das 19h, o grupo ocupou toda a extensão da Borges, até o Largo Zumbi. O trânsito precisou ser bloqueado ou desviado pela EPTC em diversas ocasiões e o transporte de passageiros em pé ficou liberado nos lotações.
A bordo do caminhão de som, os últimos discursos convocaram para mais uma manifestação, com o objetivo, dessa vez, de estimular os trabalhadores a fazer dois dias de greve.
Bombas e liberação de pista
Perto das 21h15min, seis bombas de efeito moral foram disparadas pelo efetivo do Pelotão de Choque contra alguns manifestantes, parte deles usando panos sobre o rosto, que permaneciam bloqueando um dos sentidos da avenida Loureiro da Silva, no bairro Cidade Baixa.
De acordo com as informações preliminares, ninguém se feriu. Antes de usar os explosivos, PMs tentaram negociar a reabertura do tráfego, mas o grupo se manteve na pista.