Para CUT-RS, ação truculenta da BM enfraqueceu a greve em Porto Alegre

Claudir Nespolo disse que trabalhadores rodoviários tiveram vedado o direito de aderir ou não à movimentação

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, avaliou como “truculenta” a ação da Brigada Militar, nessa manhã, em que pelo menos 54 pessoas foram detidas na zona Sul de Porto Alegre durante protesto em frente à garagem de ônibus da empresa VTC.

Em entrevista para o Esfera Pública, Nespolo defendeu que “as prisões sem motivo” acabaram por enfraquecer a mobilização na Capital, que se mantém intensa, de acordo com ele, no interior gaúcho e no restante do país. Para o líder sindical, os trabalhadores rodoviários tiveram vedado o direito de aderirem ou não à movimentação.

“Estamos denunciando esta face da violência. Por que estamos muito preocupados? A violência gera reação. Hoje não está começando nada e não está acabando nada. Nem a reforma da previdência acaba hoje, nem a nossa luta de resistência contra reforma da previdência acaba hoje. Então é muito ruim não dar o direito ao trabalhador rodoviário, se ele quer defender a aposentadoria ou vai se comportar como gado que vai para o matadouro e vai perder o seu futuro”, disse.

De acordo com a Brigada Militar, o grupo detido vinha impedindo a saída dos veículos e lançando pedras em direção ao efetivo. Os manifestantes foram cercados pela BM, que solicitou um ônibus da própria VTC para deslocar esse grupo até a 2ª Delegacia de Polícia. Alguns dos detidos são adolescentes.

O tenente-coronel Luz, do 1º BPM, afirmou, em entrevista a Rádio Guaíba, que a detenção ocorreu após tentativa de diálogo e reincidência de atos de vandalismo. “Eles depredaram o canteiro central da via e jogaram pedras”, detalhou.

Ainda segundo o oficial, foram arremessados cavaletes de propaganda em direção aos militares. Apesar do confronto, ninguém se feriu.