O advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin, disse ao R7 Planalto acreditar que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acate, em 25 de junho, o habeas corpus movido pela defesa e permita que o petista deixe a prisão.
Zanin espera que o ministro Celso de Mello conceda o voto de maioria, acompanhando os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes em favor da libertação. Ele disse contar, ainda, com a possível reversão de voto, tanto da ministra Cármen Lúcia, quanto do ministro Edson Fachin, após os vazamentos de conversas entre o então juiz federal (e hoje ministro) Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, divulgadas pelo site The Intercept Brasil, no domingo passado.
Como a Segunda Turma é composta de cinco ministros, três votos definem o placar. O habeas em nome do ex-presidente se baseia em um pedido de suspeição de Sérgio Moro. Nele, a defesa de Lula questiona a atuação do ex-juiz no processo que condenou o petista pela ocultação de propriedade de um tríplex na praia do Guarujá, em São Paulo, como suposta propina da empreiteira Odebrecht em troca de favores em contratos do governo. O habeas tramita desde o ano passado, quando Moro aceitou o convite do atual presidente, Jair Bolsonaro, para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes interrompeu o julgamento, iniciado em dezembro. Até aquele momento, dois votos, de Cármen Lúcia e Fachin, eram contrários à liberdade de Lula.
O ex-presidente segue preso, desde 7 de abril do ano passado, após ter a condenação de Moro referendada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre. Em abril, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação, mas reduziu a pena.