O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), general Franklimberg Ribeiro de Freitas, foi exonerado do cargo, segundo confirmou, na noite de hoje, a assessoria do órgão.
No lugar dele assume, de forma interina, o general Fernando Melo, que ocupa o cargo de assessor da Presidência, com funções semelhantes às de um secretário-executivo. A assessoria não informou se já houve decisão sobre um substituto definitivo.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, Franklimberg vinha sendo pressionado por um grupo de ruralistas liderado pelo secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antonio Nabhan Garcia.
O general declarou à reportagem que Nabhan, amigo do presidente Jair Bolsonaro, passou a ser o principal articulador de mudanças na demarcação de terras indígenas e licenciamento ambiental dessas áreas.
Em um discurso de despedida para servidores, o general disse que Nabhan “odeia os indígenas”. “Há vetores externos sobre a Funai que, em seu histórico, sempre estão prevalecendo sobre as políticas indígenas. Hoje, o futuro da Funai é incerto”, afirmou.
Já Nabhan disse que só vai se pronunciar após o governo publicar a exoneração.
Quem é
Nomeado em janeiro pelo presidente Jair Bolsonaro, o general Franklinberg já havia dirigido a Funai entre 2017 e 2018.
Antes, ele coordenou, em Roraima, uma ação para a retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami, em 2010 e 2012, e uma operação que permitiu a demarcação da Terra Indígena Kayabi, localizada no norte do Mato Grosso e sudoeste do Pará.
O general também esteve à frente, entre 2012 e 2013, do Centro de Operações do Comando Militar da Amazônia (CMA).