A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou oito pessoas pelo incêndio que deixou 10 atletas mortos e três feridos nos contêineres usados como alojamento das categorias de base no Centro de Treinamento do Flamengo, mais conhecido como Ninho do Urubu, em fevereiro. Entre os indiciados, o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, engenheiros do clube e da empresa responsável pelos contêineres, um técnico de ar-condicionado e um monitor.
Os oito foram indiciados por homicídio e tentativa de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de provocar a morte. O incêndio causou a morte de 10 atletas adolescentes que viviam no alojamento do clube, além de deixar três feridos que tiveram de ser hospitalizados com queimaduras.
Ao indiciar os suspeitos, a polícia considera que a estrutura do dormitório era incompatível com a destinação, inclusive por irregularidades estruturais e elétricas, apesar de os suspeitos terem conhecimento de que diversos atletas da base residiam no local.
O indiciamento cita ainda ausência de reparos nos aparelhos de ar-condicionado instalados no contêiner e o descumprimento da ordem de interdição editada pela prefeitura do Rio de Janeiro, além das múltiplas multas impostas pelo município por esse descumprimento.
Outro lado
O Flamengo disse ainda não ter sido notificado e que vai esperar ter acesso às informações oficiais para se pronunciar. Já a empresa NHJ do Brasil, fabricante dos contêineres, disse que, embora não tenha tido acesso ao relatório da polícia, entende que os trabalhos periciais ainda não terminaram.
“Sendo assim, o encerramento dos trabalhos investigativos neste momento, sobretudo com a imputação de responsabilidades pessoais a título de dolo eventual, não traduz a completa elucidação dos fatos”, cita nota da empresa.