Acordo em Comissão garante crédito extra de R$ 248,9 bi para o governo

Proposta ainda precisa ser votada em sessão conjunta do Congresso

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Após acordo entre os partidos e o governo federal, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou, nesta terça-feira, o projeto de crédito suplementar que concede ao Executivo autorização para quitar, por meio de operações de crédito, despesas correntes de R$ 248,9 bilhões. O PLN 4/19 segue para votação dos deputados e senadores em sessão do Congresso Nacional, ainda na tarde de hoje.

Segundo a equipe econômica do governo, a autorização do Congresso para o crédito extra é fundamental para garantir o pagamento de subsídios e benefícios assistenciais, sem descumprir a chamada regra de ouro, que impede o governo de se endividar para pagar despesas correntes, como salários e benefícios sociais, como o Plano Safra, o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

O relator da proposta na CMO, deputado Hildo Rocha (MDB-MA), votou pela aprovação. O parlamentar rejeitou duas emendas, mas elevou em R$ 80 milhões o repasse ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), cancelando o mesmo valor em subvenções.

Acordo
Para viabilizar a votação do parecer na comissão, a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), anunciou que, com o acordo, o governo vai retomar repasses de R$ 1 bilhão para o Programa Minha Casa, Minha Vida; de R$ 330 milhões para bolsas de pesquisa científica; e de R$ 550 milhões para obras da transposição do rio São Francisco.

Outro ponto reivindicado pelos congressistas, e garantido pelo acordo, segundo Joice Hassalmann, vai assegurar que as universidades e os institutos federais tenham R$ 1 bilhão liberados e, assim, não corram risco de ter as atividades básicas suspensas nos próximos meses.

Apesar da aprovação do parecer de Hildo Rocha, PT e PCdoB apoiaram o voto em separado do senador Angelo Coronel (PSD-BA), que previa um montante menor, de R$ 146 bilhões, para o pagamento de despesas do governo federal. Para o senador, a autorização de montante maior é um “cheque em branco para o governo”.