Por 31 votos a 15, a Assembleia Legislativa aprovou hoje os indicados pelo governador para o comando do Banrisul. Com isso, o salário do diretor-presidente deve subir de R$ 51 mil para R$ 89,5 mil. Já os demais diretores terão a remuneração ampliada de R$ 40 mil para R$ 72 mil. Apesar do aumento, os vencimentos vão subir menos que o previsto.
Foi a estratégia encontrada pelo governador Eduardo Leite para quebrar a resistência dentro da própria base, que vinha se mostrando rachada em torno dos supersalários, desde o início do mês.
Para o cargo de presidente do banco, o governador optou pelo economista carioca Cláudio Coutinho Mendes; já para as diretorias da instituição, foram indicados Osvaldo Lobo Pires (diretor de crédito), Raquel Santos Carneiro (diretora jurídica), Marcos Vinícius Feijó Staffen (diretor financeiro), Claise Muller Rauber (diretora da área de risco) e Fernando Postal (diretor comercial).
Mais cedo, deputados da base aliada fecharam um acordo em torno das indicações. Ontem, o governador reuniu 24 parlamentares, no Galpão Crioulo, e explicou os critérios para estipular os salários da cúpula do banco. Eduardo Leite disse que a definição não passou pelo gabinete dele, e sim pela análise de uma consultoria, que chegou a uma média da remuneração recebida em cargos similares de sete instituições diferentes a fim de “atrair novos talentos” para a diretoria.
Em seguida, Leite disse ter recomendado um corte pela metade no reajuste dos salários que vinham ser pagos até o governo anterior. Com isso, em vez de subirem para 128 mil e R$ 90 mil, respectivamente, os vencimentos ficaram em R$ 89,5 mil (presidente) e R$ 72 mil (diretores).
Apesar do apoio da maioria em plenário, Leite encontrou hoje resistências dentro da base aliada: dois dos três deputados do PSL votaram contra, além de dois dentre os seis do MDB e de Pedro Pereira, do PSDB, sigla do governador.
Essa era a quarta tentativa de aprovar a matéria. O projeto teve a apreciação iniciada na sessão de 7 de maio, interrompida por falta de quórum. Antes, parlamentares foram à tribuna para discutir a proposta, levantando questionamentos acerca da remuneração proposta à diretoria e das intenções do governo ao escolher nomes do mercado financeiro.
Já na sessão de 14 de maio, não houve quórum para começar a Ordem do Dia. Na última terça-feira, os deputados voltaram à tribuna para questionar novamente a escolha de nomes do mercado financeiro e os patamares de remuneração. Após as manifestações, só 25 parlamentares registraram presença, o que impediu o prosseguimento das votações.