Ministério recua e decide que Brasil participa de evento sobre clima

Na última semana, ministro da pasta, Ricardo Salles, havia se posicionado de forma contrária à realização do evento no Brasil

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Ministério do Meio Ambiente divulgou nota hoje confirmando a participação na Semana do Clima da América Latina e Caribe, a ser realizada de 19 a 23 de agosto na cidade de Salvador. A semana é uma iniciativa da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e funciona como preparação para a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-25), que ocorre em dezembro, no Chile.

Na última semana, o ministro da pasta, Ricardo Salles, havia se posicionado de forma contrária à realização do evento no Brasil.

Segundo a nota publicada no site do ministério, o governo federal vai apresentar uma proposta para debate nas atividades da semana, que vai reunir representações de diversos países para discutir desafios relacionados ao fenômeno das mudanças climáticas na região.

A intenção é apresentar pautas até a realização da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-25), em dezembro. No ano passado, o Brasil desistiu de sediar o evento, por ordem do então presidente eleito, Jair Bolsonaro. Ele alegou que o País não tinha como arcar com os custos da realização da conferência, de R$ 500 milhões.

Depois de o Brasil desistir de disputar a sede da COP 25, o Ministério do Meio Ambiente mandou a prefeitura de Salvador cancelar a realização do evento preparatório. Ao explicar a decisão, o ministro Ricardo afirmou que “não fazia sentido” o Brasil sediar um encontro para preparar a COP 25 e chegou a dizer que manter o encontro em Salvador era uma “oportunidade” apenas para a “turma fazer turismo” e “comer acarajé”.

Após as declarações de Salles, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), disse, por meio do Twitter, na terça-feira passada, que a prefeitura da capital baiana tinha todo o interesse em sediar a convenção preparatória, independentemente de o Brasil não sediar a COP 25. Na sexta, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) solicitou o apoio do governo federal à realização do evento.